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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

LIVROS

NOTA 10/10

Morreste-me, José Luís Peixoto

Que surpresa boa foi essa leitura! Cada dia gosto mais dessa nova geração de autores portugueses contemporâneos… “Morreste-me” foi meu primeiro contato com o trabalho de Peixoto e já terminei a leitura querendo conhecer mais das obras do autor.
O livro tem como tema principal o luto pela morte do pai. E é impressionante como um livro tão curto, com 62 páginas, pode impactar tanto o leitor. E não ache que a obra impacta por ser triste. O que o autor consegue é criar um texto de extrema sensibilidade, sem apelar somente para a melancolia que a perda de um pai pode trazer. Lógico que a tristeza e a dor existem, mas o luto narrado pelo autor tem muito mais que isso: é uma homenagem ao seu pai, uma visita às boas – e nem tão boas – memórias. É a falta de alguém sentida apenas ao olhar um canto da casa ou rememorar momentos banais.
E além de ser uma narrativa tão humana, em que Peixoto entrega sua alma, ela é construída com uma forte carga poética. O título, por si só, já anuncia o lirismo que o leitor encontrará ao longo da leitura. Enfim, um livro a ser lido em uma única sentada, mas que ficará na cabeça do leitor por vários dias… E para alguém que já perdeu uma pessoa amada, difícil não se identificar nas passagens da obra.

“E oiço o eco da tua voz, da tua voz que nunca mais poderei ouvir. A tua voz calada para sempre. E, como se adormecesses, vejo-te fechar as pálpebras sobre os olhos que nunca mais abrirás. Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez, deixas de respirar. Para sempre. Para nunca mais. Pai. Tudo o que te sobreviveu me agride. Pai. Nunca esquecerei.”

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Katiele disse:

Pedro parabéns pelo site esta maravilhoso, acompanho seu instagram e amo as resenhas, já estou com uma listinha enorme de livros para o ano de 2019.

bookster disse:

Que legal, muito obrigado Katiele! Um ano de muitas leituras boas! bjs

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