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De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

NOTA 8,5/10

LIVROS, NÃO FICÇÃO

NOTA 09/10

Abusado, Caco Barcellos

Com um trabalho jornalístico incrível, Caco Barcellos conseguiu não apenas apresentar ao seu leitor o dia a dia das favelas cariocas dominadas pelo poder dos traficantes de drogas, mas também mostrar essa história a partir do ponto de vista dos moradores das favelas e dos próprios chefes do tráfico. É uma rotina em que a morte e a violência estão sempre presentes. É a rotina marcada pelo medo, pela incerteza e pela falta de oportunidades.

E toda essa temática é narrada seguindo a história de um personagem principal: Marcinho VP, chefe do Morro da Dona Marta. Sua infância, juventude e formação para ocupar o lugar de um dos criminosos mais conhecidos no Rio de Janeiro são o norte para a construção da obra. E ao mesmo tempo que apresenta as barbáries cometidas por um chefe de morro, Caco Barcellos também apresenta Marcinho VP – no livro é substituído pelo pseudônimo Juliano VP – como um ser humano, que também sente medo, tem dúvidas e que se preocupa com a qualidade de vida dos moradores da sua comunidade. É, sem dúvidas, uma vida de contrastes, que faz o leitor se questionar sobre aquela ideia de existir o lado do bem e o lado do mal.

Além disso, é importante ter em mente que, muito embora hoje a existência de excessos na atividade da polícia e o sofrimento vivido pela população das comunidades sejam questões muito debatidas, no ano de 2003, quando publicado o livro, esse tema ainda era um certo tabu. Ou seja, não bastasse a qualidade do trabalho jornalístico apresentado, o autor foi extremamente corajoso ao entrar nas favelas para conversar com os líderes do morro, em um cenário marcado pela violência, e conseguir divulgar essa realidade para toda a população.

A escrita é fácil e envolvente, conseguindo prender o leitor. O livro não é curto, com cerca de 600 páginas, e confesso que em alguns momentos a temática se torna um pouco repetitiva. Independentemente disso, é um livro essencial e muito atual, que revela cruamente a realidade nas favelas dominadas pelo crime, com uma forte crítica social.

 

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Comentário*

Tais Saraiva disse:

Excelente seu texto, Pedro!

Gabriela Sella disse:

Adorei a resenha! Tenho esse livro ha um tempo e nao estava muito animada, mas agora vou colocar na pilha dos proximos livros a serem lidos.

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Desafio Bookster

#DesafioBookster2018 – Julho

- Mês: Julho - Categoria: Livro publicado na década de 1960
- Livro escolhido: “O mestre e a margarida", Mikhail Bulgákov (1967)

NOTA

LIVROS

A humilhação, Philip Roth

Como costuma acontecer após a morte de um autor renomado, Roth ganhou um maior destaque na mídia e no mercado editorial, deixando clara a sua inegável contribuição para a literatura mundial.

NOTA 09/10