Eu confesso que não sou um leitor tão aficionado pelo gênero do terror e da literatura fantástica. Não é que não gosto, mas não costuma ser a minha primeira escolha…
Quando vi a proposta da @carambaia com a publicação do “Contos de assombro”, fiquei muito animado para ler! O que mais me interessou foi a ideia de trazer contos não só de autores conhecidos pelo gênero, como Edgar Allan Poe, mas também de autores clássicos cuja produção literária está ligada a outras temáticas: Virgina Woolf, Turguêniev, Pirandello, entre outros.Além disso, diferente do que o título pode dar a entender, os contos não versam somente sobre histórias de terror e suspense típicas, mas foram escolhidos com base em um conceito mais amplo de assombro. São obras que envolvem a reação do ser humano frente a situações sobrenaturais ou de uma realidade conturbada. O período em que os contos foram escritos também serviu como parâmetro para a edição, já que todos os trabalhos foram publicados entre o início do século XIX e primeiras décadas do século XX. Todo o processo de escolha dos 18 contos (e 1 ensaio) está descrito no posfácio de Alcebíades Diniz, especialista em teoria e história literária.
Ah, importante falar que resenhar uma coletânea não é fácil, já que é comum que o leitor se identifique mais com alguns textos. Por isso, busco sempre dar uma nota com base em critérios mais amplos, considerando a escolha dos contos, a temática, a edição e também uma opinião geral sobre a minha experiencia com as histórias. Nessa obra, consigo mencionar três contos que chamaram mais minha atenção: “O sopro”, Luigi Pirandello; “Janet, a troncha”, Robert Louis Stevenson; e “Pavor”, João do Rio.
Por fim, não dá para deixar de mencionar a qualidade das edições da @carambaia . Os preços são mais salgados sim, mas não são apenas edições “de luxo”. Há uma preocupação com a qualidade das traduções e com a inclusão textos de apoio para enriquecer ainda mais a leitura!
Trecho: “Mas, se admitíssemos a possibilidade do sobrenatural, a possibilidade de sua interferência na vida real, caberia, então, perguntar que papel desempenharia, depois disso, o bom senso (…).