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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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NOTA 10/10

Mau hábito, de Alana Portero | Resenha

Um dos maiores destaques da literatura espanhola em 2023 foi o romance de estreia de Alana Portero. A autora nos apresenta de forma realista e sensível as dificuldades e angústias enfrentadas por uma criança trans. Mas a narrativa vai além do sofrimento, oferecendo ao leitor passagens comuns da vida de uma criança e adolescente. Seus gostos, medos, curiosidades, descobertas, primeira paixão… É um romance de formação de uma garota que cresce em um bairro operário na Madrid da década de 80.

Ainda que o destaque da obra seja o que se passa no interior da protagonista, Alana descreve um cenário interessantíssimo do bairro e das relações que a garota nutre com seus familiares e com os seus vizinhos. Há diversos personagens marcantes na obra, como Peruca e Raul.

Ao mergulharmos na juventude, conhecemos uma realidade ainda mais brutal, em que é possível sentir uma ameaça constante pela integridade física de uma pessoa que destoa do “padrão”. Como um membro da comunidade LGBT+, pude me identificar com alguma parcela do sentimento de inadequação da personagem. No entanto, as suas circunstâncias e o conflito com o próprio corpo me ensinaram sobre dores que estão muito distantes da minha vivência. E isso apenas confirma a relevância de lermos mais autoras e autores trans.

Além de um belíssimo texto literário, Alana faz um importante trabalho de elucidar discursos mentirosos e preconceituosos que orbitam a vivência de crianças trans. Um texto essencial e que recomendo muito!

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#DesafioBookster2024 | Favereiro

Mês: Fevereiro
Sentimento: Amor
Livro: Felicidade conjugal, de Lev Tolstói

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O deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati | Resenha

Paciência. Tédio. Espera. Um dos maiores clássicos da literatura italiano, publicado em 1940, é um romance sobre a passagem do tempo. O jovem Giovanni Drogo é enviado para atuar como oficial do exército no Forte Bastiani. A notícia é recebida com grande entusiasmo, já que finalmente ele dará o primeiro passo no glorioso trabalho de defender o seu país.

NOTA 10/10