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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

DIVERSOS

NOTA Como considero a autora uma amiga, prefiro não dar nota.

As pequenas chances, de Natalia Timerman | Resenha

A preservação da memória daqueles que amamos e a busca pela história de quem antecedeu. É a partir de um texto pessoal, com are de autoficção, que Natalia nos apresenta esses temas tão sensíveis.

Tudo começa com um encontro não marcado: a protagonista, que leva o mesmo nome da autora, encontra o médico de cuidados palitivos que atendeu o seu pai nos seus últimos dias de vida. Um breve dialogo entre os dois desperta na protagonista as memórias da perda e dos impactos que um doença tão agressiva trouxe para as pessoas próximas do paciente. E quando a morte chega, a sua marca é sentida para sempre. Não adianta lutar, mas será que é possível nos reconciliarmos com a falta definitiva?

Quem já perdeu alguém próximo não consegue passar intocado pelas palavras da autora. Seu texto desperta identificações em quem lê, como uma recordação de que com os livros encontramos um eco das dores que vivemos. E, ao compartilhar todo o ambiente familiar que circunda a personagem, essa dor acaba encontrando acolhimento.

Também gostei muito da segunda parte do livro, em que a autora parte em busca da história de sua família. Toda essa situação despertou em mim a vontade de procurar saber mais sobre aqueles que, apesar de compartilharem tanto comigo, são muito pouco conhecidos por mim.

Talvez por conhecer a autora e a similaridades com sua história, não conseguir ler o livro como um romance, mas sim como um texto autobiográfico. A relação dela com os acontecimentos nos dá a certeza de que muitos daqueles sentimentos vêm de experiências pessoais, o que aproxima o leitor. As alegrias, a saudade e a dor da ausência são reais e muito bem descritas. Livro lindo e sensível!

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Mau hábito, de Alana Portero | Resenha

Um dos maiores destaques da literatura espanhola em 2023 foi o romance de estreia de Alana Portero. A autora nos apresenta de forma realista e sensível as dificuldades e angústias enfrentadas por uma criança trans. Mas a narrativa vai além do sofrimento, oferecendo ao leitor passagens comuns da vida de uma criança e adolescente. Seus gostos, medos, curiosidades, descobertas, primeira paixão... É um romance de formação de uma garota que cresce em um bairro operário na Madrid da década de 80.

NOTA 10/10

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#DesafioBookster2024 | Favereiro

Mês: Fevereiro
Sentimento: Amor
Livro: Felicidade conjugal, de Lev Tolstói

NOTA