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De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

NOTA 9/10

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Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

NOTA 8,5/10

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NOTA 10/10

O Alienista, de Machado de Assis | Resenh

Publicada pela primeira vez em 1882, uma das principais obras de Machado de Assis surpreende pelo caráter atual dos temas nela tratados. Somos colocados diante da linha tênue que separa loucura e lucidez, onde uma epidemia de pessoas consideradas como impróprias para um convívio social saudável. E o abuso de quem tem o poder de decidir e separar aqueles que são considerados como sãos dos demais, sujeitos à segregação.

Na novela criada por Machado, essa autoridade é exercida por um médico, Dr. Simão Bacamarte, que tem uma formação e uma origem tidas como invejáveis e se interessa muito pela mente humana. Em seus estudos sobre a razão, pretende internar aqueles considerados como vítimas da loucura em um manicômio, a Casa Verde. Com a anuência do poder público, o protagonista inicia a sua jornada. No entanto, o que começa com intenções aparentemente razoáveis, passa a apresentar traços de uma obsessão.

Utilizando a ciência como justificativa para suas atitudes agressivas, o Dr. Bacamarte vai contra todos no seu objetivo de eliminar a loucura. Aos poucos, a pequena cidade que serve de palco para a narrativa começa a perceber que ninguém está a salvo do poder daquele médico. E a dúvida passa a atormentar a cabeça de todos: quem realmente são os loucos, e quem ainda é são? Seria possível fazer essa distinção?

E para coroar uma história com um tema tão interessante e atual, ainda temos a escrita impressionante de Machado de Assis. Em “O alienista”, o autor usa a sua tremenda habilidade com a língua portuguesa misturada a um intenso toque de humor e sarcasmo. O Bruxo do Cosme Velho é realmente genial!

PS: essa edição da @antofagica é maravilhosa, com ilustrações de Candido Portinari e textos de apoio!

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O coração é um caçador solitário, Carson McCullers | Resenha

368 páginas. 2 meses de leitura. Parece muito tempo, né? E realmente foi um livro que me tomou mais dias do que o normal. E isso não significa que eu não gostei da leitura. Pelo contrário, foi uma experiência muito positiva. E isso é bom para pensarmos o quanto a preocupação em ler rápido pode atrapalhar uma leitura. Eu sempre falo: cada livro tem um ritmo, a depender do leitor.

NOTA 9/10

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As desventuras de Arthur Less, de Andrew Sean Greer | Resenha

Normalmente, as leituras envolvendo personagens gays costumam trazer narrativas tristes e repletas sofrimentos. Vencedor do Prêmio Pulitzer de Ficção de 2018, “As desventuras de Arthur Less” vai um pouco na contramão, apresentando um enredo mais leve e com bons toques de humor.

NOTA 8/10