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#DesafioBookster2024 | Novembro

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Mamãe & eu & Mamãe, de Maya Angelou | Resenha

A busca por uma efetiva reconciliação entre pais e filhos é tratada na literatura há séculos. Para a ativista e poeta norte-americana, Maya Angelou, esse processo teve início muito cedo, aos 13 anos. Depois de problemas no casamento, Maya e seu irmão mais velho foram abandonados pela mãe quando os dois ainda eram muito pequenos. A infância foi vivida na casa da avó paterna, em um estado racista no sul dos Estados Unidos.

NOTA 9/10

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NOTA 9/10

Niketche – uma história de poligamia, de Paulina Chiziane |Resenha

Vencedora do Prêmio Camões em 2021, um dos prêmios mais importantes da literatura em língua portuguesa, a autora moçambicana vem ganhando maior destaque no Brasil nos últimos meses. Um reconhecimento merecidíssimo que, se não fosse pelos obstáculos que a literatura de países do continente africano encontra no Brasil, já existiria há mais tempo.

Vale dizer que em seu país, o trabalho da autora tem um papel histórico: Paulina foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance. No caso de Niketche, o livro transborda cultura e tradições moçambicanas. A narrativa tem como personagem central Rami, uma mulher casada há duas décadas e que descobre que Tony, seu marido, tem uma amante. Isso, por si só, já gera uma tristeza avassaladora na personagem, que sente todo o seu esforço de exercer o papel de boa esposa sendo desprezado. Mas, para a infelicidade de Rami, a descoberta da amante é só o começo.

Iniciando um processo de confronto e busca de explicações do marido, a esposa oficial acaba se deparando com mais mulheres que também compartilham as migalhas de afeto e de recursos distribuídas por Tony. São mulheres com histórias distintas, mas que se conectam pelos laços criados por uma sociedade machista e patriarcal.

No entanto, aos poucos, o que poderiam ser motivos de desavenças entre as mulheres, acabam despertando força e coragem para tentar mudar sua posição de submissão e de eterna culpadas.

Gostei muito da história criada por Chiziane e da forma como ela revela os conflitos sociais e culturais existentes dentro de um mesmo país. São tradições que variam de acordo com cada região e que criam um país diverso e ainda em busca de uma maior identidade nacional.

Em alguns momentos senti que a narrativa se tornou um pouco repetitiva, mas acredito que essa sensação pode até sido criada de forma intencional pela autora, já que a repetição é um reflexo do psicológico de Rami, que fica remoendo a revolta, a tristeza e todos os questionamentos sobre a nova realidade de um relacionamento poligâmico.

Bora se aventurar na grandiosidade de Niketche?

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