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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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NOTA 9,5/10

A fantástica vida breve de Oscar Wao, de Junot Díaz | Resenha

Vencedor do Prêmio Pulitzer de ficção em 2008, a obra do autor domenicano Junot Díaz estava esgotada das prateleiras brasileiras há um tempo e ganhou nova edição da @editorarecord! E que coisa boa foi poder ler esse livro e saber que outros leitores também poderão encontrá-lo facilmente nas livrarias!

Antes de contar um pouco sobre esse romance, preciso dizer que o estilo de Díaz foge de qualquer tentativa simples de categorização. Ele mistura aspectos históricos (e muitos), com cultura nerd e um humor ácido, tudo isso sem abrir mão de personagens complexos e bem construídos.

O personagem principal é Oscar Wao, que dá nome ao livro. Mas diferentemente do que o título indica, o jovem Wao não tem uma vida fantástica. O protagonista tem origem domenicana, mas vive uma vida pouco sociável e rodeada de cultura nerd em um gueto de New Jersey. A busca por um primeiro beijo e um primeiro amor parece nunca ter fim na sua adolescência. Sua mãe e sua irmã também têm um papel importante no romance, sobretudo considerando a relação conturbada – e até mesmo violenta – que existe entre as duas. La Inca, avuela do garoto, também se destaca!

Aos poucos vamos conhecendo um pouco mais sobre o passado dos familiares de Oscar, que viveram na República Dominicana, assim como aprendemos sobre a história sangrenta do país, quando foi governado pelo ditador Trujillo (eu já havia lido A festa do bode, de Llosa, que trata sobre o mesmo período histórico). E, aparentemente, as tragédias que recaem sobre esse jovem têm origem em Fukú, uma antiga maldição que está presa na sua família.

Eu amei a leitura! O início pode parecer um pouco confuso com a troca dos narradores, mas aos poucos você se acostuma. O autor traz muitas referências a filmes, livros, músicas, o que deixa a obra ainda mais interessante (algumas dessas referências eu não conhecia, mas tá tudo bem)! Sei que pode não ser um livro coringa, que agrada a todos, mas eu te convido a dar uma chance de ter uma leitura marcante e diferente do que estamos acostumados a ler! Excelente!

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A literatura russa consegue ser uma caixinha de boas surpresas! “Um jogador” é uma novela de Dostoiévski que já estava na minha lista há um tempo, já que era frequentemente indicada como uma obra que trazia humor junto da habilidade de escrita do autor. E é isso que ele entrega: uma boa história, sem deixar de lado a sua interessante análise sobre o psicológico dos personagens.

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Com mais de 1 milhão de exemplares vendidos no mundo todo, o livro foi escolhido por vocês! Apesar de muitos elogios, também recebi várias mensagens de leitores que acharam puro “hype” ou sem qualquer valor literário. Mas, e aí?

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