Veja também

DIVERSOS

Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

CLÁSSICOS, FICÇÃO, LIVROS

NOTA 8,5/10

Um jogador, Fiódor Dostoiévski | Resenha

A literatura russa consegue ser uma caixinha de boas surpresas! “Um jogador” é uma novela de Dostoiévski que já estava na minha lista há um tempo, já que era frequentemente indicada como uma obra que trazia humor junto da habilidade de escrita do autor. E é isso que ele entrega: uma boa história, sem deixar de lado a sua interessante análise sobre o psicológico dos personagens.

A obra se passa em Roletemburgo, uma cidade fictícia que se assemelha a uma pequena cidade alemã (confesso que pesquisei o nome da cidade para descobrir onde ficava). O protagonista é Aleksei Ivanovitch, um jovem russo que trabalha como professor e que esconde um vício em jogos e cassino. A trama vai se desenrolando nessa pequena cidade acompanhando a relação de Aleksei com personagens de diferentes nacionalidades (russos, alemães, franceses, ingleses), mas que compartilham um interesse em comum: o dinheiro. Na verdade, o dinheiro é o que conduz a vida dos que habitam Roletemburgo.

Para mim, o início da leitura foi um pouco lento e confuso, com tantos nomes de personagens. No entanto, aos poucos, a narrativa foi me prendendo e passei a sentir a aflição do personagem principal e daqueles que iam perdendo dinheiro – e toda a paz – no cassino. Também não há como negar que Dostoiévski conseguiu me arrancar boas risadas (minha personagem favorita foi a avó)!

É interessante mencionar que a novela foi escrita em um curto espaço de tempo, quando o autor estava afundando em dívidas e com a obrigação de entregar um novo livro para seu editor o quanto antes. Talvez toda essa atmosfera de pressão e desespero justifique uma obra que fuja um pouco da escrita e temática do autor. Inclusive, o próprio Dostoiévski também era um frequentador de cassinos, o que contribuiu para as suas dívidas.

Esta é uma ótima leitura e que pode ser uma opção para quem quer iniciar nas obras do autor russo!

Deixe seu comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Campos obrigatórios são marcados*.

Nome*:

Email*:

Comentário*

Veja também

FICÇÃO, LIVROS

Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid | Resenha

Com mais de 1 milhão de exemplares vendidos no mundo todo, o livro foi escolhido por vocês! Apesar de muitos elogios, também recebi várias mensagens de leitores que acharam puro “hype” ou sem qualquer valor literário. Mas, e aí?

NOTA 7,5/10

FICÇÃO, LIVROS

Mandíbula, de Mónica Ojeda | Resenha

ais periféricos do mercado editorial. É importante valorizar quando editoras fazem esse movimento de trazer obras pouco conhecidas, o que é o caso de “Mandíbula”, da equatoriana Mónica Ojeda, que agora povoa as livrarias após a publicação da @autentica.contemporanea !

NOTA 7/10