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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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NOTA 9/10

Uma noite, Markovitch, de Ayelet Gundar-Goshen | Resenha

Literatura israelense contemporânea. Obra premiada. Toques de realismo fantástico. Contexto histórico envolvendo a Segunda Guerra Mundial e a Guerra de libertação de Israel.

Não preciso nem dizer que eu comecei essa leitura com uma baita expectativa, já que ela reúne várias características que adoro em uma só obra. É verdade que as primeiras 50 páginas não me pegaram muito. No entanto, ainda no começo há uma reviravolta na história e o ritmo da leitura me prendeu. Os personagens são bem construídos e o enredo foi gostoso de ler. Senti como se estivesse acompanhando uma boa novela, com vários núcleos narrativos que se ligam por meio de romances, brigas, revoltas e, até mesmo, solidão. Uma solidão que conecta… Isso é possível?

O personagem que dá nome ao livro é Markovitch, um jovem sem graça, daqueles que não se destacam por coisa alguma. Markovitch mora em uma colônia, administrada por uma organização que luta pelo estabelecimento do Estado de Israel. A sua vida começa a tomar um rumo diferente quando, para ajudar o seu amigo a fugir de uma encrenca, é mandado para a Europa, onde conheceria sua futura e temporária esposa. Temporária porque ele deveria se casar com uma judia para ajudá-la a fugir do nazismo.

A mulher, Bela, é uma jovem linda, que atrai a atenção de todos ao seu redor. E isso talvez a tenha prejudicado, já que, ao invés de receber o divórcio assim que chegasse ao outro continente, Markovitch surpreende a todos e se recusa a deixar Bela ir. Portanto, a personagem se torna prisioneira de um relacionamento cujo objetivo era justamente o de libertá-la. A atitude de Markovitch revolta qualquer leitor, mas o que mais me surpreendeu é a forma como a autora consegue, no decorrer das páginas, despertar um tipo de compaixão do leitor para com o personagem.

Daí em diante, muita coisa acontece, enquanto os conflitos externos às vidas dos personagens continuam a todo vapor. São muitos temas abordados pela autora. O trauma e a solidão são, na minha opinião, os pontos mais fortes e capazes de fazer o leitor refletir. Para mim, um livro marcante e que merece ser recomendado!

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