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De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

NOTA 9/10

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Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

NOTA 8,5/10

FICÇÃO, LIVROS

NOTA 9/10

Uma noite, Markovitch, de Ayelet Gundar-Goshen | Resenha

Literatura israelense contemporânea. Obra premiada. Toques de realismo fantástico. Contexto histórico envolvendo a Segunda Guerra Mundial e a Guerra de libertação de Israel.

Não preciso nem dizer que eu comecei essa leitura com uma baita expectativa, já que ela reúne várias características que adoro em uma só obra. É verdade que as primeiras 50 páginas não me pegaram muito. No entanto, ainda no começo há uma reviravolta na história e o ritmo da leitura me prendeu. Os personagens são bem construídos e o enredo foi gostoso de ler. Senti como se estivesse acompanhando uma boa novela, com vários núcleos narrativos que se ligam por meio de romances, brigas, revoltas e, até mesmo, solidão. Uma solidão que conecta… Isso é possível?

O personagem que dá nome ao livro é Markovitch, um jovem sem graça, daqueles que não se destacam por coisa alguma. Markovitch mora em uma colônia, administrada por uma organização que luta pelo estabelecimento do Estado de Israel. A sua vida começa a tomar um rumo diferente quando, para ajudar o seu amigo a fugir de uma encrenca, é mandado para a Europa, onde conheceria sua futura e temporária esposa. Temporária porque ele deveria se casar com uma judia para ajudá-la a fugir do nazismo.

A mulher, Bela, é uma jovem linda, que atrai a atenção de todos ao seu redor. E isso talvez a tenha prejudicado, já que, ao invés de receber o divórcio assim que chegasse ao outro continente, Markovitch surpreende a todos e se recusa a deixar Bela ir. Portanto, a personagem se torna prisioneira de um relacionamento cujo objetivo era justamente o de libertá-la. A atitude de Markovitch revolta qualquer leitor, mas o que mais me surpreendeu é a forma como a autora consegue, no decorrer das páginas, despertar um tipo de compaixão do leitor para com o personagem.

Daí em diante, muita coisa acontece, enquanto os conflitos externos às vidas dos personagens continuam a todo vapor. São muitos temas abordados pela autora. O trauma e a solidão são, na minha opinião, os pontos mais fortes e capazes de fazer o leitor refletir. Para mim, um livro marcante e que merece ser recomendado!

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