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Mamãe & eu & Mamãe, de Maya Angelou | Resenha

A busca por uma efetiva reconciliação entre pais e filhos é tratada na literatura há séculos. Para a ativista e poeta norte-americana, Maya Angelou, esse processo teve início muito cedo, aos 13 anos. Depois de problemas no casamento, Maya e seu irmão mais velho foram abandonados pela mãe quando os dois ainda eram muito pequenos. A infância foi vivida na casa da avó paterna, em um estado racista no sul dos Estados Unidos.

NOTA 9/10

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NOTA 9/10

É sempre a hora da nossa morte amém, de Mariana Carrara | Resenha

Junto com “Se Deus me chamar não vou”, os títulos dos livros de Mariana Carrara são uma experiência por si só. Já no seu conteúdo, a jovem paulistana me surpreendeu com a sua capacidade de escrever assuntos sensíveis sobre nossa condição e que exigem um alto nível de vivência e amadurecimento.

Nessa leitura, o tema central transita entre maternidade, morte e esquecimento. Aurora, a protagonista, é uma senhora que acaba sendo encontrada sem memória em uma estrada. De lá, é levada para um abrigo, onde fica aos cuidados de Rosa. As duas passam dias em longas conversas para tentar descobrir o passado de Aurora e os motivos do esquecimento. No entanto, de uma coisa a protagonista tem certeza: um dos personagens principais de sua vida é Camila.

O problema é que todo dia Aurora acorda com uma versão de sua história. Em algumas, Camila era uma grande amiga de infância que acabou escolhendo caminhos diferentes, que se distanciaram da trajetória de Aurora. Em outros, os momentos de lembrança são mais dolorosos: Camila foi sua filha. E o verbo está no passado, pois Aurora viveu a maior dor que um ser humano pode viver: a dor da perda de um filho.

É nesse ponto que talvez o esquecimento venha para aliviar as dores de Aurora. Vale a pena relembrar um momento terrível de sua história favorita? Apesar do sofrimento, a protagonista quer saber o que aconteceu. Só que a tarefa não é das mais fáceis, já que todo dia a versão muda. São muitas as versões da morte de uma filha. Uma mais triste e brutal que a outra. Também Aurora teria vivido muitos momentos diferentes com sua amiga Camila.

Eu gostei bastante da leitura! Acho que algumas pessoas não perceberam que cada capítulo era uma nova versão da possível história de Aurora sendo contada para Rosa. Esse fato pode ter deixado a experiência da leitura confusa para alguns. Para mim, essa criação da autora trouxe um aspecto experimental interessante na obra. Confesso que em alguns momentos senti a leitura um pouco repetitiva. Mas nada que atrapalhe ou prejudique a experiência! Mariana é, com certeza, um dos grandes nomes da ficção nacional.

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