Quando o assunto é literatura, tem duas coisas que amo: Gabriel García Márquez e realismo mágico (obras que contêm uma visão realística do mundo, mas com elementos mágicos). A obra da autora brasileira Socorro Acioli reúne os dois, tendo desenvolvido “A cabeça do santo” em uma oficina ministrada por ninguém menos que o incrível Gabo (apelido para os íntimos, hehe).
O cenário é a cidade de Candeia, no sertão cearense. Samuel vai até a pequena e abandonada cidade para cumprir o último desejo de sua mãe: ir em busca do pai, a quem nunca conheceu. A premissa é bem parecida com o livro “Pedro Páramo”, um clássico da literatura mexicana e que inspirou o estilo de García Márquez. Mas apesar das semelhanças iniciais, o desenvolver da narrativa toma um caminho bem diferente – e muito criativo.
Ao chegar na cidade e se deparar com um cenário de abandono, Samuel busca abrigo em um local nada comum e que marcou a história de Candeia. Trata-se da cabeça oca de um santo, que nunca chegou a ser colocada no topo da estátua para a qual foi projetada. Não bastasse a peculiaridade do refúgio, o personagem passa a escutar vozes femininas quando está dentro da cabeça do santo. E a pergunta que fica é: o que essas vozes têm em comum? Estaria Samuel imaginando coisas?
A escrita de Socorro é fácil e nos transporta para uma história deliciosa de se ler! Tem romance, bom humor, mistério, drama… Daqueles livros coringas, que é difícil de alguém não gostar. E depois da leitura, não deixe de escutar o episódio do @dariaumlivropodcast com a autora para saber a inspiração – verídica – da história! Super recomendo!