Veja também

DIVERSOS

Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

FICÇÃO, LIVROS

NOTA 9,5/10

Herança, de Miguel Bonnefoy | Resenha

Quando recentemente estive na França, via “Heritage” em evidência nas estantes das livrarias que visitei. Curioso, fui logo pesquisar mais do livro, que venceu o Prix des Libraires 2021, e percebi que era o mesmo que há pouco havia recebido da @editoravestigio! Comecei a leitura sem saber o que esperar, já que a obra chegou recentemente nas livrarias brasileiras e ainda não tinha visto a opinião de alguém que já tivesse se aventurado por essas páginas… E que surpresa maravilhosa!

Já falei várias vezes por aqui que sou fã do realismo mágico, tipo de narrativa que, para minha felicidade, marca essa obra de Bonnefoy. Ao contar a trajetória da família Lonsonier, o autor nos envolve com sua escrita belíssima, com detalhes envolventes que desafiam a realidade e com personagens muito bem desenvolvidos. Inclusive, senti uma grande semelhança com a escrita de Isabel Allende em “A casa dos espíritos”, um livro que está na lista dos meus favoritos.

O cenário principal do romance é a cidade de Santiago do Chile. Lá se instalou o patriarca da família, após deixar a França no final do século XIX. A partir disso, acompanhamos a trajetória das próximas gerações, chegando até o Chile de Pinochet na década de 70. As personagens femininas na obra são, de longe, as mais marcantes:Thérèse e sua fixação pela beleza dos pássaros; Margot e sua paixão pela liberdade da aviação.

O aspecto histórico abordado por Bonnefoy deixa a obra ainda mais interessante. Conhecemos desde os traumas das trincheiras na primeira guerra mundial, os bombardeios aéreos que marcaram a segunda grande guerra e os sofrimentos de presos revolucionários em plena ditadura militar no Chile. Vale muito a leitura!

Deixe seu comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Campos obrigatórios são marcados*.

Nome*:

Email*:

Comentário*

Veja também

LIVROS, NÃO FICÇÃO

Paula, de Isabel Allende | Resenha

Começar um livro sobre uma mãe que aguarda a morte de sua filha doente ao seu lado é algo que pode ser impensável para muitos. Temos nossos limites em conhecer o sofrimento do outro, mas a verdade é que esse livro não trata apenas da tristeza e do medo de uma perda irreparável.

NOTA 10/10

FICÇÃO

O homem que escutava as abelhas, de Christy Lefteri | Resenha

Destruição. Essa é a palavra que marca toda a narrativa. E não é apenas a destruição física da cidade de Alepo, na Síria, de onde fogem os protagonistas do romance, mas também a destruição dos que mais amamos e da esperança por dias melhores.

NOTA 8/10