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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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NOTA 10/10

O lobo da estepe, de Herman Hesse

A primeira leitura de 2021 já começou muito marcante para mim. Como comentei com vocês, fazia algum tempo que não me identificava tanto com um livro. Já era um grande fã de Hesse depois de ter lido “Sidarta” e “Knulp” e, depois de “O lobo da estepe”, talvez possa falar que o autor está no meu top 10 de escritores favoritos.

Nessa obra, Hesse apresenta ao leitor a história de Harry Haller, um homem na faixa dos 50 anos que vive crises existenciais, e é por meio dos diálogos internos do protagonista que o autor, influenciado pela psicanálise, traz reflexões interessantíssimas sobre a condição humana.

No começo da narrativa, nos deparamos com um Harry cansado da vida e que, constantemente, é acometido por pensamentos suicidas. Esse estado psicológico do personagem deixa o começo da leitura até mesmo mais parada_ talvez tenha sido algo intencional, a fim de refletir a melancolia de Harry_, mas um acontecimento pouco inusitado em sua vida coloca o personagem de frente com “O tratado do lobo da estepe” e com novas amizades que trarão uma vontade de viver a Harry. É a partir desse momento que a narrativa se desenrola de forma extraordinária!

Há, também, uma crítica constante à hipocrisia que recai muitas vezes sobre a classe burguesa. Isso porque o protagonista tece diversos comentários contra a burguesia, esquecendo, por sua vez, que ele mesmo se enquadra como uma luva nessa faixa social.

Achei interessante que, no posfácio da obra, o autor avisa que leitores mais próximos da meia idade tendem a se identificar ainda mais com os pensamentos do personagem. Se eu já me identifiquei muito, fiquei com vontade de fazer uma releitura daqui a 20 anos. Com certeza as reflexões serão diferentes e mais profundas! Recomendo muitíssimo!

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Apesar de ser conhecida mundialmente por “A cor púrpura”, premiado romance que denunciou de forma impactante o racismo e machismo no sul dos Estados Unidos, Alice Walker tem uma ampla produção literária. No entanto, temos poucos de seus trabalhos publicados no Brasil e, por isso, a publicação de seu primeiro romance, “A terceira vida de Grange Copeland” (1970), foi recebida com muito entusiasmo - e, para alegria dos leitores, com uma crítica muito positiva.

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