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De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

NOTA 8,5/10

FICÇÃO, LIVROS

NOTA 9,5/10

Anjo negro, de Nelson Rodrigues | Resenha

Já li muitos comentários sobre a força e crueza características das obras de Nelson Rodrigues, e a leitura de “Anjo Negro” serviu para confirmar essa visão. A peça ficou censurada por dois anos, entre o período de 1946 a 1948, diante da forma polêmica com que o autor tratava temáticas sensíveis em sua narrativa, tais como racismo, relacionamento abusivo e incesto.

Os personagens principais da peça são Ismael e Virgínia. O principal conflito que marca a história do casal é a cor da pele de cada um. Ismael nunca conseguiu aceitar o fato de ter nascido negro. Vive buscando aprovações da sociedade, tendo inclusive escolhido uma profissão com o único objetivo de ter reconhecimento das pessoas que estavam a sua volta.

Já Virgínia, uma mulher loira e branca, sofre diariamente nas mãos de Ismael por ter nascido com uma característica que o marido sempre quis e invejou. Ismael isola a esposa do mundo, como se não quisesse que Virgínia soubesse que existiam homens brancos que pudessem levá-la a algum tipo de tentação. É uma vida repleta de sofrimentos…

E essa diferença entre os personages traz efeitos devastadores em suas vidas, sobretudo em relação aos filhos do casal que acabam sempre morrendo depois de algum tempo. Na verdade, o início da peça já é mercado por uma triste cena do velório de uma dessas crianças. Mas o cenário trágico em que vive o casal é agravado por uma visita inesperada de Elias, irmão de Ismael. A partir disso, a história passa a tomar outros contornos, que acabam agravado mais o atrito entre Ismael e Virgínia.

Como já antecipei, a escrita é crua e gera um tremendo incômodo no leitor. Se hoje a narrativa já é considerada polêmica, é difícil imaginar a repercussão que teve na época de sua publicação, em 1948. E essa minha primeira experiência com Nelson Rodrigues já conseguiu me deixar com vontade de conhecer mais dessa escrita potente e que escancara atritos da nossa sociedade.

PS: O livro pode conter gatilhos de estupro e relacionamentos abusivos.

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Em pouco mais de 120 páginas, a obra publicada em 1984 - e que levou o Prêmio Goncourt no mesmo ano - marcou a literatura mundial e colocou Duras como um dos principais nomes da literatura francesa.

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