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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

FICÇÃO

NOTA 9/10

Verificado A peste, de Albert Camus | Resenha

Acho que não preciso explicar o motivo de ter escolhido essa leitura para o momento… Confesso que no começo da quarentena não fiquei com vontade de iniciar a leitura. Até porque, não bastasse o assunto da pandemia estar sendo falado por todos os lados, achei que a hora da leitura poderia ser uma “fuga”. E pela simples sinopse você já percebe as semelhanças com o momento atual que vivemos: a cidade de Orã, na Argélia, é tristemente surpreendida por uma doença que passa a vitimar a população. ⁣

Mas, com o tempo, acabei ficando curioso principalmente para entender de que forma o autor teria abordado o comportamento da sociedade em uma situação como a que estamos vivendo. Seria possível “antecipar” todo esse caos, angústia e incerteza? ⁣

Para a minha grande surpresa, há inúmeros paralelos entre a dinâmica da disseminação da doença em Orã e o alastramento da COVID pelo mundo. Já começa pela própria descrença de muitos com a seriedade da doença logo após os primeiros casos. Ninguém sabia o que estava acontecendo e a intenção inicial era evitar um pânico da população. No entanto, com o desenvolvimento da peste, medidas mais sérias tiveram que ser tomadas e a cidade de Orã se vê fechada para o resto do mundo. O leitor acompanha toda essa situação a partir da perspectiva de um médico, Dr. Bernard Rieux, e de outros personagens que estão de alguma forma relacionados com Rieux.⁣

Não vou me debruçar mais sobre o enredo, porque acho interessante que o leitor vá entendendo as consequências que a doença traz para aquela cidade de acordo com o ritmo proposto pelo autor. Mas já adianto que, apesar da temática, a leitura não é tão fluida – até porque a densidade dos textos é uma característica de Camus. Por isso, leia aos poucos, sem pressa e sabendo que a peste – como doença é – é utilizada pelo autor como a porta de entrada de diversas outras discussões e reflexões que a obra desperta. Inclusive, há quem afirme que “A peste”, publicada em 1946, seria uma alegoria da atrocidade da ocupação nazista. Recomendo!⁣

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Na literatura, o termo Drama pode ter dois sentidos: (i) como gênero literário, Drama se refere ao teatro, às peças teatrais, ao texto feito para ser encenado; (ii) como classificação literária, o Drama se refere a narrativas mais ligadas às emoções dos personagens, isto é, com uma carga dramática maior. Para o desafio Bookster, a escolha do livro de agosto foi feita a partir deste último significado do termo Drama.⁣

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