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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

NÃO FICÇÃO

NOTA 8,5/10

Frida: a biografia, de Hayden Herrera | Resenha

Quando falo sobre biografias, costumo avisar que não sou um grande fã do gênero, principalmente das obras que contêm uma longa e detalhada descrição da vida de alguma personalidade. Não é uma crítica ao gênero em si, mas apenas uma constatação de que para mim a leitura normalmente não flui tão bem. Mas, ainda assim, a curiosidade de saber mais sobre a vida de personagens que admiro, não me impede de me aventurar nesses livros… E foi justamente assim com o caso de Frida.⁣⁣
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No ano passado, quando comecei a ler a sua biografia, logo me interessei bastante, mas aos poucos a leitura ficou mais arrastada. Por isso, senti que naquele momento o livro não estava sendo uma boa opção e acabei decidindo deixá-lo de lado – depois de cerca de 200 páginas lidas. ⁣⁣
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Esse ano, durante a quarentena, fiquei com vontade de retomar a leitura (como não fazia tanto tempo, retomei de onde havia parado). E a experiência melhorou muito! O trabalho feito pela autora, uma reconhecida historiadora da arte, é extenso e fruto de uma impressionante pesquisa. E o que eu mais gostei foi não só a forma como Hayden Herrera reconstrói as passagens mais importantes da vida de Frida, mas também como a autora apresenta ao leitor uma análise didática e muito interessante sobre as principais obras da autora (a edição é repleta de imagens).⁣⁣
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A vida de Frida é um emaranhado de acontecimentos intensos. A artista tinha um impressionante espírito revolucionário, de alguém que está muito à frente do seu tempo e vive sem o medo de ser julgada pelos outros. O amor que sentia pelas artes, o forte posicionamento político e a paixão conturbada – e não saudável – por Diego Rivera foram um importante alimento durante os períodos em que precisou viver em uma cama, com muitas dores, fruto de um acidente que sofreu ainda jovem. ⁣⁣
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Para quem gosta do gênero e tem interesse em conhecer mais sobre a vida da artista, essa é uma obra imperdível! Mas fica aqui a minha dica de ler o livro junto com alguma obra mais fluida, menos densa… Com isso, você ganha mais ritmo para continuar lendo essa biografia tão marcante.

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O título já indica: Joaquim Soares da Cunha, também conhecido pela vida arruaceira como Quincas Berro D'água, morreu. Morreu fisicamente e, por ser muito querido, deixou um ar de tristeza em seus amigos. Até porque o personagem era famoso pelas ruas de Salvador, por onde andava com a cachaça na cabeça e em busca das mulheres de sua vida… ⁣

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