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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

Desafio Bookster

NOTA

#DesafioBookster2020 | Maio

Mês: Maio
Gênero: Livro censurado
Livro escolhido: “Amada”, de Toni Morrison

Quando a gente fala de censura, normalmente pensa em regimes ditatoriais pelo mundo, períodos de inquisições ou na ditadura militar que marcou a história do nosso país. Mas a verdade é que a liberdade de expressão ainda é a todo momento desafiada, por meio de comportamentos aparentemente isolados, mas que representam um reflexo de parte da sociedade que deseja sufocar a discussão de temáticas relevantes e legítimas.

A autora do livro escolhido é considerada uma das principais escritoras norte-americanas e foi a primeira escritora negra a receber o Prêmio Novel de Literatura (1993). Apesar de ter sido publicado em 1986, isto é, em um período recente, vem sendo vítima de diversas tentativas – algumas bem-sucedidas – de censura, sobretudo por escolas e bibliotecas. A obra narra uma forte e sensível história de escravidão e racismo no século XIX, mas que acaba sendo ilegalmente atacada por seu conteúdo violento e com conotação sexual.

Inclusive, foi elaborado um projeto de lei – denominado “Beloved Bill”, em referência ao título do livro no idioma original – que pretendia autorizar os pais de estudantes a vetar a leitura de certos livros. Felizmente, esse projeto foi vetado em 2016. Ainda assim, o livro figura quase no topo da lista das 100 obras mais banidas nos EUA na última década (American Library Association).

Na minha opinião, a tentativa de barrar a leitura da obra só evidencia a importância de manter vivo um trabalho de extrema relevância como esse e que foi considerado pelo New York Times como o melhor livro de ficção norte-americano dos últimos 25 anos.

Para quem preferir outra escolha, seguem algumas indicações: “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, de Maya Angelou; “Cisnes Selvagens”, de Jung Chang; “Harry Potter”, de J. K. Rowling; e “A casa dos espíritos”, de Isabel Allende. •

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Prisioneiras, de Dráuzio Varella | Resenha

Tem alguns livros que considero como essenciais para alguém que vive em uma sociedade. E isso porque nos mostram o que está por trás de muitos problemas políticos e sociais, desmitificando aquele “senso comum desinformado” que ouvimos repetidas vezes. E “Prisioneiras” se encaixa nesse grupo!

NOTA 10/10

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Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, de Philip Gourevitch | Resenha

Como é possível sabermos tão pouco sobre um dos episódios recentes mais tristes da humanidade? Por que não aprendemos na escola a história de um genocídio que, em 1994, exterminou mais de um milhão de pessoas em apenas 100 dias em Ruanda por conta de diferenças étnicas?

NOTA 8,5/10