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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

FICÇÃO

NOTA 10/10

Caderno de um ausente (Livro 1 da Trilogia do Adeus), de João Anzanello Carrascoza | Resenha

Começo essa resenha com a tranquilidade de pode dizer que esse livro todo mundo merece ler! E merece porque é um livro tão bonito e tão sensível, que a gente termina se sentindo bem. As palavras de Carrascoza me abraçaram e me despertaram a vontade de conhecer mais do trabalho do autor.

Em “Caderno de um ausente”, publicado pela Companhia das Letras dentro de uma trilogia (Trilogia do Adeus), encontramos um caderno de anotações de um pai para uma filha, que acaba de nascer. A ideia de escrevê-lo surgiu por um medo desse pai: o medo de não ser lembrado. Bia nasce quando seu pai já é mais velho, mais próximo do fim da vida do que do seu começo. Por isso, teme não poder acompanhar toda a trajetória da filha, o seu crescimento e suas descobertas. E é por meio de memórias escritas que tenta ocupar esse espaço que tanto quer evitar. O espaço da ausência que não tem volta.

E, ao contrário do que se poderia esperar, as mensagens do pai não são ilusórias, não tentam falar apenas de momentos felizes e de uma história sem tropeços. Bia receberá um texto real, humano e, às vezes, duro. Mas não é isso que podemos esperar do que vem pela frente?

A escrita carregada de poesia, que nos permite classificá-la como uma “prosa poética”, me lembrou bastante o estilo de Valter Hugo Mãe. Leiam, mas leiam devagar, curtindo a beleza desse texto! O livro foi ganhador do prêmio Jabuti de 2015.

“Vais descobrir por ti mesma que este é um mundo de expiação, embora haja ocasionalmente umas alegrias, não há como negar – as verdadeiras vêm travestidas, é preciso abrir os olhos dos teus olhos para percebê-las.”

“[…]tu descobrirás, filha, que sonhar nos salva da rotina, mas, também, nos desliga da única coisa que nos mantém em vigília: o muro concreto do presente[…]”

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Tem alguns livros que considero como essenciais para alguém que vive em uma sociedade. E isso porque nos mostram o que está por trás de muitos problemas políticos e sociais, desmitificando aquele “senso comum desinformado” que ouvimos repetidas vezes. E “Prisioneiras” se encaixa nesse grupo!

NOTA 10/10