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Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

CLÁSSICOS

NOTA 10/10

“Frankenstein – o Prometeu moderno”, de Mary Shelley | Resenha

Pioneiro da literatura de horror e ficção científica, o livro publicado em 1818 ganhou diversas adaptações para as telas. E é aí que acaba vindo a surpresa para quem resolve ler o original: a narrativa é muito diferente daquele senso comum sobre a história que é reproduzida até hoje para um entretenimento mais infanto-juvenil. Já começa pelo título: assim como eu, muitos leitores também achavam que Frankenstein é o nome do “monstro”, quando, na verdade, é do cientista que o criou.

Mas esse detalhe está longe de ser causador de grandes surpresas no leitor. Isso porque, diferentemente do que imaginamos, não se trata de uma “historinha de terror”. Mary Shelley conseguiu, com apenas 19 anos, construir uma narrativa profunda e instigante sobre os “monstros” que habitam em todos os seres humanos.

De fato, a obra já começa com um médico ambicioso – Dr. Frankenstein – que consegue um feito inédito: dar vida a uma criatura. Mas o arrependimento é imediato e o horror de sua atitude o leva a abandonar a sua criação. Mas as consequências dessa rejeição serão sentidas pelo médico. Seria essa uma forma de vingança? Teria o “monstro” sentimentos? Quem seria o culpado? Na minha opinião, a parte mais interessante é justamente quando acompanhamos os conflitos e descobertas de um ser humano recém-criado, a partir de sua própria perspectiva. É um verdadeiro mergulho nos pensamentos da “criatura”!

Além disso, a autora cria um enredo que nos leva a questionar o que seria o certo ou o errado. Aqui não há uma visão maniqueísta de bem ou mal, mas sim conseguimos perceber que esses dois extremos se misturam e se confundem em cada um dos personagens.

Na semana da mulher, postar essa resenha é uma tentativa de homenagear uma autora brilhante que conseguiu, tão jovem e em uma época com tantos obstáculos às mulheres, publicar um livro de merecido destaque na literatura mundial.

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Comentário*

ARIEL BERGHER disse:

Pedro, boa tarde,
Compartilho das suas surpresas e da amplitude que de fato o livro nos proporciona, muito mais do que qualquer versão cinematográfica´haj produzido.
Brilhante e Emocionante.
Ariel Bergher .

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