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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

DIVERSOS

NOTA 8,5/10

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino | Resenha

Com um estilo que me lembrou o incrível “As travessuras da menina má”, de Vargas Llosa, Marçal Aquino constrói a história de uma relação intensa entre Cauby e Lavínia, uma personagem com um passado repleto de traumas. E o interessante da obra é que o autor foge da ideia do amor romântico e idealizado que costumamos ver em filmes e livros, passando a retratar de um amor mais real. O amor mais carnal, íntimo e cru.

Quem nos conduz pela obra é Cauby, narrador personagem, que vai alternando entre um presente de pouca importância com o passado marcante como Lavínia. O início pode até parecer um pouco confuso, já que as distinções dos tempos acontecem do nada, como se a mudança de cena acontecesse igual na televisão. Mas aos poucos passamos a entender esse vai e vem dos acontecimentos. E quando pensamos em um livro escrito em primeira pessoal, temos sempre que lembrar que a visão do narrador sobre os demais personagens e das situações descritas é parcial. E no caso desse livro, essa parcialidade pode ate gerar um certo incômodo no leitor, já que Cauby descreve Lavínia de uma maneira mais estereotipada, como uma mulher que sofre duas personalidades: a Lavínia mais contida, esposa do pastor local; e a outra mulher, sensual e sem pudores, que aparece apenas para o próprio narrador. E por que essas duas características não podem fazer parte de uma mesma pessoa?

Os demais personagens que fazem parte da narrativa apresentam sempre uma característica patológica, que os marca como à margem da sociedade. E o próprio ambiente também me passou uma sensação de marginalidade: uma cidade de garimpo do Pará, terra repleta de homicídios em que os interesses pessoais dos mais poderosos conduzem a vida dos seus moradores.

Quando a gente se propõe a incluir mais autores brasileiros contemporâneos nas nossas leituras, a gente percebe que tem muita coisa boa por aqui e que ainda não conseguiu o destaque que merece. A obra de Marçal Aquino me deixou com essa sensação… Terminei a leitura com vontade de conhecer mais!

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Dezembro é o mês dos eventos encontros familiares. Apesar de muita coisa boa acontecer, lembramos nesses encontros que toda relação tem seus problemas e que nenhuma família passa imune a isso. Então, nada mais apropriado do que lermos alguma obra que trate sobre os conflitos familiares...

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