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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

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Meu ano de descanso e relaxamento, de Ottessa Moshfegh | Resenha

Começar esse livro foi fácil, até porque tinha sido recomendado por dois leitores em quem confio muito. Mas a literatura não seria tão incrível se todo mundo tivesse a mesma opinião sobre determinado livro, não é mesmo? E, contrariando minhas expectativas, não tive uma experiência muito boa com essa leitura…

A premissa da narrativa de Moshfegh é bem atual e interessante: uma jovem e bem sucedida moradora de Nova York decide abrir mão de sua vida por um ano. Isso mesmo: a narradora quer ficar à base de fortíssimos remédios antidepressivos durante esse período, como se estivesse em um estado de hibernação. Os motivos para essa excêntrica decisão parecem até fazer sentido: cansou do mundo e das exigências que a sociedade faz para uma jovem dos anos 2000.

Na verdade, esse comportamento da personagem principal é uma crítica ácida ao padrão de busca por uma vida ideal e feliz, com um trabalho bem sucedido e com bons relacionamentos, mas que na verdade acaba se perdendo e sendo vítima de uma forte pressão social. É uma reflexão sobre as novas gerações e a frequente necessidade de recorrer aos medicamentos para conseguir se manter nesse ritmo.

O problema é que, na minha opinião, a autora acabou deixando essas reflexões muito em segundo plano – não sei se de forma proposital ou não -, focando muito no processo de tomar remédios e mais remédios. Com isso, a leitura ficou perdida e cansativa. Senti também falta de um maior aprofundamento na personagem e em seus questionamentos…. Os motivos para a decisão da personagem são apresentados no início, mas não foram desenvolvidos ao longo da obra. Por causa disso, os momentos de reflexão que as temáticas abordadas poderiam trazer ficaram muito escassos. Isso acabou até mesmo dificultando que eu sentisse uma maior empatia pela narradora. Os demais personagens, principalmente a amiga da narradora, são até melhor construídos, na minha opinião.

Por outro lado, os pontos positivos são a fluidez da escrita, as passagens repletas de um humor inteligente e a desconstrução de alguns estereótipos sobre saúde mental.
Gatilho: depressão

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