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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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NOTA 10/10

Germinal, de Émile Zola | Resenha

Confesso que essa foi uma leitura que comecei sem saber muito o que esperar… E para a minha felicidade, entrou para a lista de melhores do ano (e lá no topo)! “Germinal” é um clássico da literatura mundial e foi uma das obras responsáveis por inaugurar o naturalismo. Acho que a maioria aqui estudou o tema na escola, mas vale lembrar que no naturalismo uma grande preocupação do escritor é de escancarar os problemas sociais da época, retratando a realidade de maneira mais crua possível e o ser humano em sua condição animalesca.
E é justamente isso que encontramos em Germinal: as condições subumanas dos trabalhadores de uma mina de carvão, na França do século XIX. Quando Étienne chega à cidade de Montsou para trabalhar na mina, sua voz de insatisfação passa a servir como um gatilho para aquela massa de pessoas que se humilha diariamente para sobreviver. Até a mina de carvão é retratada pelo autor como um animal: durante todo o dia, a Voraz vai engolindo os trabalhadores, se alimentando do suor e da carne humana.
Para conseguir deixar a descrição da vida dos trabalhadores o mais fiel possível à realidade, Zola passou dois meses vivendo e trabalhando como um mineiro. Realmente o autor consegue transportar o leitor para aquele subsolo quente, sujo e perigoso. E não só isso: a vida daqueles trabalhadores também é retratada para dentro de suas casas pobres, em que as relações familiares e sociais são preenchidas de conflitos e miséria. Quem nasce na aldeia está condenado a trabalhar desde criança nas minas até o dia em que os olhos se fecham de exaustão.
A construção dos diferentes personagens também faz de “Germinal” um daqueles romances que envolvem o leitor. É difícil não sentir compaixão pela dor, pela fome e pelo frio que vitimam os trabalhadores, enquanto os patrões levam uma vida de luxo e ostentação. Apesar da forte crítica social, a leitura é muito prazerosa, oferecendo ao leitor a possibilidade de aprender e refletir com um incrível romance histórico.
Recomendo MUITO!

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