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Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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O olho mais azul, de Toni Morrison | Resenha

A literatura é uma poderosa ferramenta de empatia. Ela nos permite enxergar situações corriqueiras a partir de perspectivas que são totalmente estranhas à nossa realidade e que nunca teríamos acesso se não fosse por meio dos livros. E terminar a leitura dessa obra apenas confirma esse seu papel. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Em pouco mais de 200 páginas, Toni Morrison consegue apresentar para o leitor como é crescer em uma sociedade em que as referências e os padrões do que é certo e bonito estão longe do que você é. Pecola Breedlove, uma garota negra nascida nos Estados Unidos da década de 40, sonha em ter olhos azuis. Pede a Deus todos os dias para que seus olhos se transformem em azuis. Para Pecola, quem sabe dessa forma as pessoas passariam a notá-la um pouco mais, passariam a aceitá-la. É um pequeno desejo de uma criança que carrega consigo inúmeros problemas históricos e sociais. ⠀ ⠀⠀⠀

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Mas além de ser vítima de um racismo estrutural, que cria na garota uma recorrente necessidade de aceitação, a vida de Pecola também vai encontrar barreiras em situações de machismo, abuso sexual (há passagens com gatilhos sobre o tema), relações familiares e muita violência, sobretudo psicológica. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Tudo isso acontece no cerne de uma família problemática, que, infelizmente, não parece indicar um cenário incomum: o pai de Pecola é alcoólatra e bate na esposa; sua mãe vive em função de cuidar da casa de uma família branca para quem trabalha como empregada doméstica; e seu irmão faz de tudo para conseguir fugir dos seus problemas. É uma família moldada por engrenagens de um sistema que funciona sempre da mesma forma. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
E apesar dos temas duros e sensíveis que atinge, a autora escreve de uma forma tranquila e com toques poéticos. Em seu primeiro romance, a primeira – e única – mulher negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura nos faz refletir muito. Toni Morrison incomoda o leitor atento, deixando sua marca permanente.

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