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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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NOTA 8,5/10

Meu pequeno país, de Gaël Faye | Resenha

Se eu pudesse resumir esse livro em apenas um frase, seria: a dureza da guerra na perspectiva de uma criança. Gabriel, um narrador de apenas 10 anos, nos transporta para a guerra civil que assolou Ruanda, no início de 1992. Não espere encontrar um livro típico de guerra, com exércitos e campos de batalha. Nessa obra, o autor francês, que esteve na @flipse de 2019, constrói um relato sobre os impactos de um conflito violento na rotina de uma população. Apesar de se valer de uma escrita fluida, Faye tece uma narrativa dura e impactante. Essa potência da história segue um fluxo crescente com o passar dos capítulos. Nas primeiras páginas, encontramos um garoto tranquilo, nascido em uma família com boas condições financeiras e apenas com problemas que uma criança deve suportar. Filho de pai francês e mãe ruandesa, Gabriel divide sua rotina com a escola, a irmã mais nova e os amigos. Só que é justamente com o avançar da guerra que esse garoto vê a sua vida mudar as poucos. A mãe que deixa a casa; o preconceito dos amigos; até a incerteza sobre o dia seguinte.

A visão de Gabriel sobre os motivos da guerra pode até ser rasa, tendo em vista seus apenas 10 anos, mas os tormentos vividos pelo personagem e sua família escancaram para essa criança que a sua condição de mestiço, tutsi e francês, passa a determinar se ele deve sobreviver ou morrer. Os tutsis são conhecidos como “baratas”, já que devem ser exterminados. Por que um simples tom de pele e o formato de nariz despertam no outro a vontade de matar? Uma pergunta que parece simples, mas cuja complexidade da resposta revela algumas das muitas fraquezas do ser humano.

Fica aqui a dica de uma leitura marcante e necessária sobre a violência e o sofrimento de um cidadão comum em uma guerra. As últimas páginas do livro chegam a dar um nó na garanta.

Gostou da resenha e ficou animado para ler o livro, compre AQUI!

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