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O pavilhão dourado, de Yukio Mishima | Resenha

O ritmo acelerado que vivemos ultimamente vem colocando a pausa e o silêncio como grandes - e incômodos - inimigos. E foi na contramão desse fenômeno que a leitura de um dos principais autores japoneses do século passado atingiu os leitores do meu clube do livro, o Bookster pelo Mundo. Uma obra escrita em 1956, em uma sociedade completamente distinta da nossa e que tinha como protagonista um monge de um templo budista zen, acabou se tornando uma leitura desafiadora - e, para mim, uma experiência muito marcante.

NOTA 7,5/10

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Homem comum, de Philip Roth | Resenha

É comum encontrarmos na literatura a descrição de acontecimentos extraordinários e vidas marcadas por grandes momentos. No entanto, há grandes autores com a habilidade de construir histórias memoráveis sobre vidas comuns, rotinas insossas e partidas sem legados. Já li diferentes obras com essa abordagem e, quando bem feita, consegue me impactar de uma forma única.

NOTA 9/10

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NOTA 9,5/10

As alegrias da maternidade, de Buchi Emecheta | Resenha

Diferentemente do que o título dá a entender, não se trata de um livro sobre alegrias. A maternidade abordada por Emecheta, escritora nigeriana de incrível talento, também está longe daquele conceito idealizado sobre a criação dos filhos. O que encontramos nessa obra é a difícil vida de uma Nnu Ego nigeriana, nascida no interior do país e que é enviada para a capital para se casar com um homem que nem conhece.
Nnu Ego é filha de um grande líder da tribo em que nasceu. Acostumada com as tradições de seu povo, a personagem sofre um choque cultural ao chegar na capital da Nigéria e se deparar com a dura vida nas grandes cidades – fortemente influenciadas pelos colonizadores. A presença do contraste entre a identidade de cada povo africano e dos colonizadores é muito forte na obra. É triste identificar como a mentalidade do colonizador branco tenta silenciar os costumes e tradições de uma nação.
Além disso, a narrativa tem um grande enfoque na constante batalha de Nnu Ego para criar seus filhos em situações precárias e, em grande parte do tempo, completamente sozinha. Qual o papel da mulher na cultura africana? Porque ela deve suportar tantas responsabilidades e se submeter ao injusto crivo moral da sociedade?
Ao se colocar no lugar da protagonista, não há como terminar esse livro sem uma visão mais real e empática sobre a maternidade e sobre as discriminações que ela sofre apenas por ser mulher. Apesar de publicado em 1979, a abordagem da autora sobre temáticas sensíveis e de inegável relevância social é muito atual.
Ah, não dá para deixar de dizer que a escrita de Emecheta também é deliciosa, muito agradável de ler, daquelas que as páginas passam sem você se dar conta. Inclusive, a história da autora não diverge muito da escrita nessa obra. Prometida ao seu marido desde os 11, casou aos 16 anos. Foi vítima de um casamento violento e perturbado. Talvez seja por isso que a sua visão sobre as condições da mulher nigeriana é tão facilmente transmitida ao leitor, que compartilha das angústias da protagonista.

E aí, alguém já leu o livro?

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