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O animal social, de Elliot Aronson | Resenha

Não é segredo que sou fã de ficção e que a maioria das minhas leituras está inserida nesse gênero. Mas a verdade é que frequentemente sou surpreendido - de forma positiva - quando me aventuro em obras mais técnicas e que buscam aproximar o leitor de temas relevantes. E foi esse o caso de “O animal social”, uma referência na área da psicologia social, publicado em 1972.

NOTA 9/10

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O vício dos livros, de Afonso Cruz | Resenha

Livros sobre livros me encantam - talvez isso explique o motivo de eu ter escrito um. Gosto muito de entender como a literatura é uma experiência individual e como os livros desempenham diferentes papéis na vida de um leitor. Quando soube que o autor português tinha uma coletânea de textos sobre o tema, logo coloquei “O vício dos livros” na minha lista de próximas leituras. O título já gerou uma identificação imediata: assim como Afonso Cruz, eu também dependo da literatura para conseguir estar no meu estado de “normalidade” (entre muitas aspas).

NOTA 7,5/10

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A estrada, de Corman McCarthy

Sabe aquele livro que você não tem tanta vontade de ler, mas que depois acaba te surpreendendo muito? Então, essa foi a minha experiência com “A estrada”. A sinopse pode não ser das mais atraentes para mim: “Num futuro não muito distante, o planeta encontra-se totalmente devastado. (…) Um homem e seu filho não possuem praticamente nada. Apenas uns cobertores puídos, um carrinho de compras com poucos alimentos e um revólver com algumas balas (…)”. Parece até roteiro de um daqueles filmes de zumbis que passam à tarde na televisão. Mas a verdade é que o livro é muito bem escrito e vai muito além dessa camada superficial de um pai e um filho fugindo de assassinos.
O cenário é chocante: o planeta realmente está devastado. A descrição do ambiente é tão recorrente que, depois de algumas páginas, o ar repleto de cinzas e o céu turvo ficam em nossa imaginação ao longo da leitura. E o que mais me marcou foi o lado psicológico da obra: a relação entre pai e filho em uma situação de extremo abandono e falta de esperança. Apesar de ser escrito em 3ª pessoa, a sensação que temos é que, em alguns momentos, a obra passa a ser contada a partir da perspectiva do homem, e, em outros, passamos a acompanhar os desafios dos personagens do ponto de vista do menino.
Então, seja pela descrição das cenas, seja pelos diálogos curtos e diretos (às vezes até demais), a angústia do pai pela sobrevivência do filho impacta o leitor. Ao mesmo tempo, a coragem do garoto e o seu desejo de não ser abandonado pela última pessoa que lhe resta no mundo despertam a compaixão de quem lê a história.
Além disso, é engraçado que, embora possua um forte lado psicológico, os personagens chegam a ser “universais”. Tanto o homem como o menino não possuem nome, não têm uma personalidade muito peculiar e também não nos contam muito sobre seu passado. São duas pessoas, um garoto e um adulto, compartilhando os anseios e as dúvidas sobre um futuro incerto.

É tão boa essa sensação de ser surpreendido por uma leitura sobre a qual você não tinha muitas expectativas! .
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“You never know what worse luck your bad luck has saved you from.”

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Jéssica disse:

O filme é angustiante e triste. Não sabia que havia o livro. Indicação salva.

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