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Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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Silêncio, de Shusaku Endo | Resenha

Publicado em 1966 e vencedor do Prêmio Tanizaki (um dos principais prêmios literários do Japão), “Silêncio” é uma ficção histórica envolvente e que conseguiu me transportar para um período da História pouco conhecido, mas extremamente interessante: a ida de jesuítas europeus, principalmente portugueses, para tentar levar a fé cristã à população japonesa.

O enredo tem enfoque na vida de Sebastião Rodrigues, um missionário português que é enviado ao Japão para fortalecer a atuação da igreja no país. Nos últimos anos, a religião cristã estava sendo alvo de uma batalha do governo japonês contra o avanço das ideologias ocidentais, promovendo perseguições contra japoneses que haviam se convertido para o catolicismo e contra os próprios jesuítas missionários. Rodrigues também vai com a função de investigar a história de Ferreira, um padre jesuíta que supostamente teria cometido apostasia, isto é, renunciado à sua fé por conta da repressão japonesa. A igreja não conseguia acreditar nessa informação: um cristão deveria resistir a todo tipo de pressão e tortura e nunca abrir mão de sua fé.

Com a chegada de Rodrigues em território japonês, os missionários encontram populações de cristãos servos e pobres, que precisam se esconder para poder praticar sua fé. Quem é encontrado pelo governo é preso, torturado e, caso não aceite renunciar a fé, é até mesmo morto.

A partir disso, nos deparamos com um contraste fascinante entre ocidente e oriente, não só no que se refere a costumes e tradições, mas, principalmente, a crenças e à própria forma de enxergar uma religião. Assim, além de uma excelente ficção histórica, que às vezes pode conter passagens mais lentas, o livro traz questionamentos muito interessantes sobre o verdadeiro significado da fé e da crença.
Também achei legal saber que o autor tem uma forte relação com a temática da obra: Shusaku Endo é um japonês católico – como cerca de 1% da sociedade japonesa – que foi para o ocidente quando jovem para continuar seus estudos. Ou seja, o próprio autor vivenciou esses contrastes e soube transmitir isso para o seu leitor de forma notável!

E aé, alguem já leu?

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