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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

CLÁSSICOS, FICÇÃO

NOTA 9/10

Rúdin, de Ivan Turguêniev | Resenha

Turguêniev foi o primeiro autor russo a se consagrar no ocidente e, por isso, suas obras costumam ser mais acessíveis. Inclusive, foi dele a primeira obra da literatura russa que li – “Pais e filhos” – e que logo entrou para a lista de livros favoritos da minha vida.

Depois dessa introdução, não preciso nem explicar por que de vez em quando aparece um livro dele por aqui!

Publicado em 1856, “Rúdin” foi o romance de estreia de Turguêniev e tem como objeto um tema que estava sendo abordado por outros autores da época: a construção do “homem supérfluo”. Esse termo foi utilizado para ilustrar a nova geração, marcada por jovens que iam para a Europa Ocidental para estudar, voltavam para a Rússia com vontade de fazer mudanças, mas se viam impossibilitados pelo governo do Tsar Nicolau I. O “homem supérfluo” é, portanto, o homem das ideias, o idealista que não consegue colocar em prática as suas ideias.

E nesse livro, o conceito do homem supérfluo está em Rúdin, o personagem principal, que passa a frequentar um círculo fechado de aristocratas rurais, causando sensações diferentes em cada um dos demais personagens. Nos deparamos com uma senhora rica e proprietária de terras; uma filha romântica e sentimental; um criado que quer agradar a patroa a todo custo; um amigo da família que causa repulsa com seus discursos machistas, e por aí vai. Os diálogos construídos pelo autor entre os personagens são muito inteligentes e com um toque recorrente de humor.

Por isso, a despeito de um enredo simples, o livro traz um excelente retrato da sociedade russa da época e desperta reflexões interessantes no leitor. E é nesse momento que percebemos o quanto são atuais as angústias de Rúdin. A partir desta obra, questionamos a nossa utilidade para a coletividade e a força que os nossos propósitos podem desempenhar.

Alguém já leu, o que acharam?

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