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Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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NOTA 10/10

A cor púrpura, de Alice Walker | Resenha

Escrita por meio de cartas, a obra de Alice Walker é considerada uma das mais importantes da literatura norte-americana. Retratando a triste vida de Celie, uma mulher negra que nasceu em uma família pobre do sul dos Estados Unidos, a autora aborda temas de extrema relevância social, principalmente o difícil papel da mulher em uma sociedade opressora e patriarcal.
Desde a infância, Celie sofre abusos, tanto físicos como psicológicos. Essa violência contra a protagonista choca e incomoda o leitor e, logo nas primeiras páginas, já ficamos sabendo que, ainda criança, Celie fica grávida de seu próprio padrasto. Em uma situação de total desprezo à sua condição de ser humano, a personagem nem mesmo tem direito de ficar com seu filho. A única ideia de amor e afeto que Celie conhece vem de sua irmã, Nettie, cujo destino vai traçar caminhos distantes daqueles vividos pela protagonista.
E é a partir desse cenário que conhecemos as dificuldades vivenciadas por uma mulher nascida à margem da sociedade. Celie é tão humana que não há como não se comover com sua realidade e sentir vontade de tirá-la daquele ambiente tão violento. A construção da personagem é, realmente, incrível!
A escrita também é muito interessante e, para aproximar o leitor da realidade e da pobreza dos negros no sul dos EUA do começo do século XX, Walker se vale de uma linguagem extremamente coloquial. A gramática é deixada de lado e substituída pela oralidade e é o som das letras que constroem a mensagem de Celie.
Enfim, apesar de ser uma leitura impactante e que me causou muita indignação, terminei o livro com uma sensação de resistência e de perseverança de uma pessoa que enfrenta inúmeros problemas, mas que não desiste de seus objetivos – ainda que tão simples. É um clássico que merece ser lido e que nos desperta reflexões assustadoramente atuais.
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PS: Assisti ao filme depois e adorei!! ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
“Ele me bateu hoje porque disse queu pisquei prum rapaz na igreja. Eu podia tá cum uma coisa no olho, mas eu num pisquei. Eu nem olho prus home. Essa é que é a verdade. Eu olho pras mulher, sim, porque num tenho medo delas.”

Quero saber, alguém já leu? Se sim, o que acharam?

Se não leu, mas gostou da resenha, para comprar o livro é só clicar AQUI!

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