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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

LIVROS

NOTA 9,5/10

Desonra, J. M. Coetzee

Vencedor do Man Booker Prize, Desonra narra a história de David Lurie, um professor universitário cinquentão e divorciado. O protagonista tem dificuldades em se envolver afetivamente e sua relação mais profunda é com uma prostituta. No entanto, após iniciar um romance com uma de suas alunas, é acusado de estupro e expulso da universidade em que dá aula. Diante disso, resplve passar um tempo na casa de sua filha, Lucy, na África do Sul pós-apartheid.
Lá, Lurie entra em contato com um país ressentido e ainda sofrendo pelos conflitos raciais. É uma completa mudança de cenário: da grande cidade para o campo em um país ainda em desenvolvimento. E também uma mudança do cenário mais interior: do individual para o coletivo. O que aparenta ser um romance sobre uma relação perturbada entre um homem mais velho e uma jovem, se mostra, na verdade, uma análise de uma sociedade brutalizada e oprimida.
Apesar de Coetzee criar uma narrativa com personagens comuns, aborda inúmeros temas sensíveis e polêmicos, como abuso sexual, racismo, violência, submissão, maus-tratos contra animais… A escrita é econômica, o autor não se vale de descrições minuciosas ou frases longas.
Com um final perturbador, “Desonra” é um livro real, seco, com cenas fortes e que prende muito o leitor! .
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“A história percorre o distrito como uma mancha. Não é a história dela que se espalha, mas a deles: eles são os donos. Como eles a puseram em seu lugar, como lhe mostraram para que ser e uma mulher.”
#bookster #jmcoetzee #desonra#bookstagram

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Comentário*

Júnia Cesar disse:

Caro Pedro, te vi na rádio e segui o seu conselho em ler um livro antes de conhecer um país.
Li “Desonra” em 2 dias. O livro é atual e impactante!
Quero muito te agradecer pela dica. Estou sempre de olho nos seus comentários. Abraços.

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