Laços é uma obra sobre relações conturbadas, traição e a desmitificação da família perfeita. Vanda e Aldo, casados há mais de cinco décadas, ainda sofrem com um episódio de infidelidade que marcou sua relação. Esse assunto é rememorado quando o casal, ao voltar de uma viagem de férias, encontra o apartamento em que vivem completamente revirado. Na organização de cartas e fotos, as lembranças vêm a tona e, com isso, o leitor passa a conhecer a época de crise vivida pelo casal a partir da versão de cada um: Vanda, no papel de traída e que sofre com a sensação de abandono, e Aldo, que simplesmente foi embora…
Apesar da banalidade do assunto abordado pelo autor, essa não é uma resenha fácil de ser feita. É difícil expor a alguém que não leu a obra o que um livro com um assunto de certa forma “clichê” pode trazer de tão bom. Para mim, o sucesso desse romance italiano está na humanização dos personagens e na realidade com que seus sentimentos são apresentados. A leitura é bem rápida e instigante, com diálogos fortes e muito bem construídos. Gostei muito do significado por trás do título da obra, que vai muito além da simples ideia de laço emocional e é destrinchado pelo autor ao longo da narrativa. O final também é excelente!
Há boatos de que Starnone seria o marido da autora por trás do pseudônimo Elenta Ferrante, ou até mesmo que Starnone seria o verdadeiro autor de suas obra, e que Laços seria uma resposta a uma das obras de sucesso de Ferrante, “Dias de abandono”. Além disso, os leitores enxergam uma nítida semelhança entre as obras dos dois – ou um só! – autores. Não sei se é verdade e também nunca li nada de Elena Ferrante, mas se essa semelhança entre as obras de fato existir, fica fácil de compreender os motivos do sucesso que os romances da autora italiana vêm fazendo.
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“Em toda casa há uma ordem aparente e uma desordem real.”
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