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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

CLÁSSICOS, FICÇÃO

NOTA 9,5/10

Os 120 dias de sodoma, Marquês de Sade

Tanto isso é verdade que o termo sadismo tem origem justamente no seu nome. Como nunca havia lido nada do autor, resolvi começar por Os 120 dias de sodoma, uma de suas obras mais comentadas. No entanto, além de ser um dos mais conhecidos, acho que acabei escolhendo o mais pesado de todos – e bota pesado nisso! Escrito em 1785, quando o autor estava preso na Bastilha, o enredo pode ser assim resumido: quatro homens nobres decidem se isolar por 120 dias em um castelo com mais 46 pessoas, dentre eles 16 jovens sequestrados (entre 12 e 15 anos), em busca de um prazer no seu modo mais extremo. Eu sabia que havia escolhido um livro polêmico, ou seja, eu não estava esperando uma leitura leve ou um romance mais tradicional… Mas o que encontrei foi apenas uma descrição do quanto doentia a imaginação do ser humano pode ser. O autor narra detalhadamente cenas de pedofilia, necrofilia, tortura, assassinato – e a lista vai longe… Precisa ter um bom estômago para conseguir ler a obra inteira, sem pular algumas das descrições mais fortes. E além do próprio conteúdo problemático, senti falta de um enredo melhor construído, que não se limitasse à mera descrição de cenas, para – talvez – tornar a obra menos repugnante. Por curiosidade, um pouco antes da revolução francesa, quando conseguiu sair da prisão, o autor achou que os manuscritos haviam se perdido e não conseguiu terminar sua obra. Tanto isso é verdade que, apesar do título, só há 30 dias efetivamente narrados (os demais foram deixados em forma de roteiro). Marquês de Sade morreu sem saber que sua obra foi reencontrada e, posteriormente, publicada. Ou seja, da quase metade que li, achei uma obra superestimada e não consegui compreender o que a torna um clássico da literatura… Mas como acho que escolhi o mais pesado de todos, pretendo dar uma nova chance ao autor.

Alguém recomenda alguma obra de Marquês de Sade?
E quem aí conseguiu terminar esse livro?

 

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Letícia disse:

O que te fez dar 9,5/10 pra essa obra? Fiquei muito curiosa, apesar não tê-la lido (e, ao que parece, você não a leu por completo). Tudo o que eu sei sobre o Marquês de Sade foi o que eu li, há muitos anos, numa edição de Aventuras na História, que me deixou horrorizada e com medo hahahaha Acompanho seu trabalho há muito tempo e volta e meio reviro o blog <3

Letícia disse:

O que te fez dar 9,5/10 pra essa obra? Fiquei muito curiosa, apesar não tê-la lido (e, ao que parece, você não a leu por completo). Tudo o que eu sei sobre o Marquês de Sade foi o que eu li, há muitos anos, numa edição de Aventuras na História, que me deixou horrorizada e com medo hahahaha Acompanho seu trabalho há muito tempo e volta e meia reviro o blog <3

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