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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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Quarto de despejo: diário de uma favelada, Carolina Maria de Jesus

Carolina de Jesus era catadora de lixo e, com o pouco dinheiro que recebia, lutava diariamente para conseguir alimentar os seus 3 filhos. No entanto, a fome era comum e muito dolorosa, fazendo com que a autora recorresse com frequência ao lixo, em busca de restos de comidas. Durante a leitura, me deparei com diversas passagens de violência e miséria que chegam a embrulhar o estômago. Além de contar sobre o seu dia a dia, a autora também relata o ambiente caótico em que vive: a sujeira, as constantes brigas de vizinhos, a “bondade” dos políticos nas vésperas das eleições, o amadurecimento precoce das crianças, a doença e a morte. E é muito interessante que o editor tomou o cuidado de deixar a linguagem da forma mais natural possível, sem tentar corrigir os erros ortográficos e gramaticais da autora. É a vardeira linguagem utilizada por Carolina, uma mulher negra, moradora da favela, com pouca escolaridade, mas que, diante disso, conseguiu escrever um livro arrebatador. Enfim, Quarto de despejo é mais do que um relato da fome e da pobreza, é a história de resistência a um cenário de completa adversidade. Leitura obrigatória!

“A favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos.”

Dica: esse é um livro para ser lido aos poucos, sem pressa. Isso porque, apesar de ser uma leitura rápida, a obra é escrita em forma de diário e os “dias” acabam ficando repetitivos. Então, se você decidir ler tudo de uma vez, a leitura pode parecer arrastada e você deixará de aproveitar e extrair o melhor do livro: a força contida nas palavras de Carolina de Jesus.

 

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