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DIVERSOS

Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

CLÁSSICOS, FICÇÃO

NOTA  8,5/10

A morte em Veneza, Thomas Mann

Já nas primeiras páginas pude perceber a complexidade e prolixidade da escrita do autor, mas que não compromete a fluidez da leitura. Gustav von Aschenbach, um escritor decepcionado com a receptividade de suas obras mais recentes, decide “mudar de ares”, deixando a sua cidade Munique em direção à Veneza. Na época, a cidade, quente e fétida, estava sofrendo uma epidemia de cólera. E é nesse cenário que tem início o seu fascínio por Tadzio, um jovem polonês, a personificação da beleza pura. É uma obsessão completamente platônica, que acaba deixando um velho escritor em um profundo conflito interno, sem saber quais passos tomar. A trama é simples e não é o que chama atenção na obra. O talento de Thomas Mann está na construção de um dilema interno muito profundo e, ao mesmo tempo, sútil. Tamanha a complexidade de seus pensamentos, que senti dificuldade de absorver mais da obra, até mesmo pelas diversas referências a filósofos como Platão e Nietzsche, que conheço pouco. Ou seja, não se deixe enganar pelas poucas páginas do livro e pela simplicidade da narrativa: a escrita é profunda, filosófica e excepcional. Um livro para ser relido.
Além de A morte em Veneza, essa edição também contempla Tonio Kröger. Li e gostei ainda mais do que a primeira novela. Kröger é filho de um burguês e uma mãe brasileira (o que denota um cunho autobiográfico, já que a mãe do autor também tinha origem brasileira). É um jovem que difere das crianças com quem convive. Com sua origem brasileira, Kroger foge do padrão caucasiano de pele, cabelos e olhos claros. E é na arte, escrevendo poemas, que protagonista consegue demonstrar a sua beleza. É também uma narrativa envolvendo o conflito interno do ser humano e o conceito de beleza. 

 

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Ler é um hábito

Desde a criação do @book.ster, uma das mensagens que mais recebo é: como você arranja tempo para conseguir ler tanto?

NOTA

CLÁSSICOS, FICÇÃO

Bartleby, o escrivão, Herman Melville

A capa vem costurada e as páginas grudadas. Para ler, você tem que cortar uma a uma. E esse conceito empregado na edição não foi por acaso.

NOTA 9/10