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O ritmo acelerado que vivemos ultimamente vem colocando a pausa e o silêncio como grandes - e incômodos - inimigos. E foi na contramão desse fenômeno que a leitura de um dos principais autores japoneses do século passado atingiu os leitores do meu clube do livro, o Bookster pelo Mundo. Uma obra escrita em 1956, em uma sociedade completamente distinta da nossa e que tinha como protagonista um monge de um templo budista zen, acabou se tornando uma leitura desafiadora - e, para mim, uma experiência muito marcante.

NOTA 7,5/10

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Homem comum, de Philip Roth | Resenha

É comum encontrarmos na literatura a descrição de acontecimentos extraordinários e vidas marcadas por grandes momentos. No entanto, há grandes autores com a habilidade de construir histórias memoráveis sobre vidas comuns, rotinas insossas e partidas sem legados. Já li diferentes obras com essa abordagem e, quando bem feita, consegue me impactar de uma forma única.

NOTA 9/10

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NOTA 9/10

Bartleby, o escrivão, Herman Melville

A capa vem costurada e as páginas grudadas. Para ler, você tem que cortar uma a uma. E esse conceito empregado na edição não foi por acaso. Nesse clássico da literatura norteamericana, o leitor se depara com um indivíduo extremamente relutante e que demanda muita paciência dos que estão a sua volta – assim como a necessidade de o leitor ir cortando as folhas a cada página que tenta avançar. A narrativa é bem curta e simples.

O narrador, um advogado de Wall Street, contrata um escrivão (copista), chamado Bartleby, para trabalhar em seu escritório. Apesar de excêntrico e calado, Bartleby aparenta ser um empregado prestativo. No entanto, um dia, e sem qualquer motivo aparente, responde a um pedido de seu chefe da seguinte forma: “Acho melhor não”. A partir desse episódio, qualquer pedido é respondido pelo famoso bordão, repetido por mais de 20 vezes ao longo do livro.

É verdade que a sinopse pode não interessar tanto o leitor. Mas o que surpreende nessa obra não é a história em si, mas o que ela representa e a forma com que Melville a conta. Na minha opinião, é um livro enigmático, que pode ser objeto de diversas interpretações.

Bartleby é um revolucionário, um louco ou alguém que está cansado de somente obedecer? Independente das diversas respostas possíveis, fato é que, com um humor tragicômico, Melville constrói uma narrativa que vem quebras com aquelas ideias que, nunca questionadas, são simplesmente aceitas como verdade. Ora, quem recusa, uma atrás da outra, as tarefas repassadas pelo chefe, sem nem mesmo dar um motivo? E qual é o chefe que vai aceitando isso com uma incompreensível passividade? Também é muito interessante constatar como essa relutância de Bartleby acaba contaminando todos que estão a sua volta.

Melville, autor de Moby Dick, revela nesse livro uma escrita fluida e repleta de figuras de linguagem, que enriquecem ainda mais a obra. Na minha opinião, esse é um livro que merece ser lido mais de uma vez, até para conseguir extrair ainda mais dele. Portanto, considero uma nota provisória!

 

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