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Angústia, de Graciliano Ramos | Resenha

Graciliano tem uma habilidade admirável de criar personagens com densidade psicológica, quase como se pudessem sair andando pelas páginas. Em “Angústia”, talvez o autor tenha conseguido criar o mais real deles, Luís Pereira da Silva, e isso justifica o título da obra, já que o leitor realmente compartilha esse sentimento atormentador com o protagonista.

NOTA 9/10

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Amanhã tardará, de Pedro Jucá | Resenha

Em seu romance de estreia, o jovem autor brasileiro nos apresenta uma história forte sobre traumas, relações familiares e sexualidade. E tudo isso a partir de um retorno, da busca às origens: Marcelo, o protagonista, volta a sua cidade natal por conta da doença que acomete seu pai e se depara com resquícios - extremamente doloridos - de um passado conturbado.

NOTA 8,5/10

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NOTA 9/10

Monique se liberta, de Édouard Louis | Resenha

O jovem autor francês, de 32 anos anos, causou uma comoção em sua vinda ao Brasil no final do ano passado. Assisti a sua participação na FLIP e foi, sem dúvidas, umas das mesas mais impactantes que já presenciei. Já tendo lido dois de seus livros, foi muito marcante poder vê-lo pessoalmente falar dos temas que marcam suas obras: relações familiares, estrutura social e sexualidade. Para finalizar seu encontro com os leitores brasileiros, ainda tive o privilégio de participar da bancada do Roda Viva e fazer algumas perguntas ao fenômeno literário (você pode assistir à entrevista completa no canal do YouTube do programa).

“Monique se liberta” foi a última leitura que fiz, depois de já ter conhecido o autor. A personagem principal da obra é sua mãe, cujo nome está logo no título. No caso, essa é a sua segunda libertação. Em “Lutas e metamorfoses de uma mulher”, Édouard Louis narra as dificuldades da mãe de enfrentar um relacionamento violento e marcado por um cenário de pobreza e injustiças sociais.

Já em seu livro mais recente no Brasil, o autor descreve as tristezas vividas por sua mãe com um novo companheiro. Ou seja, mesmo tendo conseguido sair daquela cidade operária e de um casamento opressivo, Monique mais uma vez se encontra em uma situação de refém – tanto psicologica como financeiramente – de uma dominação masculina. Ela estava livre, mas o ciclo de violências a que está submetida a prende de novo.

A obra vai além e aborda os temas recorrentes do trabalho de Édouard Louis. O contraste da sua nova realidade com a de sua mãe, uma denuncia social e política e um certo acerto de contas com o seu passado.

Sou suspeito para falar do autor, mas recomendo muito todas as obras que já li. Leia sem medo, já que seus livros são acessíveis e tratam de sua própria vida, mas sem deixar de lado o impacto e a profundidade dos temas enfrentados.

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A vegetariana, de Han Kang | Resenha

Perturbador. Se me pedissem para descrever o fenômenos sul-coreano, que vendeu milhões de exemplares pelo mundo, em apenas uma palavra, não teria dúvidas na resposta. E se para muito leitores o livro foi longe demais, causando um incômodo que prejudicou a experiência, para mim “A Vegetariana” foi uma leitura excelente.

NOTA 10/10

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A cegueira do rio, de Mia Couto | Resenha

A importância da memória coletiva. É sobre esse tema que o autor moçambicano Mia Couto constrói o seu mais recente romance. Os seus personagens nascem para impedir que um acontecimento histórico brutal tenha uma única versão, comandada pelo colonizador branco.

NOTA 9/10