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#DesafioBookster2024 | Novembro

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Mamãe & eu & Mamãe, de Maya Angelou | Resenha

A busca por uma efetiva reconciliação entre pais e filhos é tratada na literatura há séculos. Para a ativista e poeta norte-americana, Maya Angelou, esse processo teve início muito cedo, aos 13 anos. Depois de problemas no casamento, Maya e seu irmão mais velho foram abandonados pela mãe quando os dois ainda eram muito pequenos. A infância foi vivida na casa da avó paterna, em um estado racista no sul dos Estados Unidos.

NOTA 9/10

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Deus na escuridão, de Valter Hugo Mãe | Resenha

“Deus é exatamente como as mães. Liberta Seus filhos e haverá de buscá-los eternamente. Passará todo o tempo de coração pequeno à espera, espiando todos os sinais que Lhe anunciem a presença, o regresso dos filhos”. Esse trecho belíssimo é o início do capítulo que leva o nome do livro e que, para mim, é um dos textos mais sensíveis que li nos últimos anos. Na verdade, beleza e sensibilidade são características que você encontra em todas as obras do autor português.

O seu romance mais recente já começa com o novo: “Pouquinho nasceu sem as origens”. Em um dia de verão de 1981, nasce um bebê na remota paisagem da Ilha da Madeira. E logo de início, Felicíssimo, seu irmão e narrador do romance, percebe que esse novo personagem mudará a sua vida. As pessoas parecem querer esconder o bebê de seu olhar, como se sua condição fosse algo ruim de ser visto por crianças. Para Felicíssimo, a chegada de Pouquinho só traz motivos para comemorações.

O amor fraternal é o principal tema tratado em “Deus na escuridão”. prevalece a necessidade de proteção daquele que é frágil, por ser mais novo, e que pode sofrer pelos olhares dos outros, apenas por ser diferente. E Felicíssimo incorporou essa responsabilidade desde o momento em que conheceu seu irmão.

Como acontece nos outros livros do autor, a escrita é carregada de poesia. Valter Hugo Mãe é certeiro na escolha das palavras. E diferentemente da maior parte dos seus trabalhos, “Deus na escuridão” vem com uma carga maior de introspecção. A narrativa não é marcada por acontecimentos sucessivos, mas por tempos de reflexão sobre temas como o amo, afeto e medo. O ritmo mais lento da leitura em momento algum chegou a ser um problema para mim, já que é apenas um reflexo do ritmo daquela paisagem e da vida dos personagens. Ao leitor, recomendo ler com calma, sem pressa, apreciando a beleza e a sensibilidade dessas páginas.

Nota: como me considero próximo do autor, prefiro não dar nota.

PS:O livro foi escolhido para o sentimento AFETO do #DesafioBookster2024 e tem vídeo com o querido @alexandrecoimbraamaral no meu canal do YouTube.

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FUP, de Jim Dodge  | Resenha

“Fup” é um livro nada convencional, daqueles que tem uma história que fica até difícil de explicar para outros leitores. Como um senhor, uma criança e uma pata de estimação – sim, você leu direito - podem, em pouco mais de 120 páginas, construir uma narrativa gostosa e, ao mesmo tempo, inteligente? Talvez seja essa peculiaridade que faz de “Fup” um queridinho de muitos, desde a sua publicação, em 1983.

NOTA 9/10

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O pacto da Água, de Abraham Verghese | Resenha

Romances que acompanham gerações de uma mesma família ao longo dos anos são, para mim, um dos meus estilos favoritos na ficção. Em o Pacto da Água, o autor nos leva por quase 80 anos na história de Grande Ammachi, uma mulher que nasceu no sul da Índia, em uma região católica, pobre e ainda muito rural, e aos 12 anos precisa deixar sua família para se casar com um homem muito mais velho.

NOTA 9/10