Veja também

DIVERSOS

De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

NOTA 8,5/10

LIVROS, NÃO FICÇÃO

NOTA 10/10

Herdeiras do mar, de Mary Lynn Bracht | Resenha

Uma das maiores surpresas do ano, a obra é, em parte, ambientada na Coréia sob ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial – um período que conhecia muito pouco.

Hana, a personagem principal, nasceu em uma comunidade de mulheres que seguem uma tradição muito antiga, que remonta ao ano 434. Desde criança , as meninas aprendem a mergulhar no mar e retirar dali a sua fonte de sobrevivência. As mulheres são chamadas de “haenyeo”, as mulheres do mar. Confesso que nunca havia escutado a história das “haenyeo”, mas fiquei muito impressionado em ver como a tradição segue por tantos anos e a forma de organização dessa sociedade semi-matriarcal.

Mas apesar de estar destinada a seguir a mesma vida que sua mãe e avó viveu, Hana é capturada pelo exército japonês. A partir disso, a personagem encara um período triste e violento em sua vida. Isso porque, a personagem foi capturada para servir como uma “mulher de consolo”, a serviço dos soldados em bordéis, o que foi uma realidade muito comum durante a ocupação japonesa na Coréia.

A leitura é muito sofrida, muito mesmo. Mas mesmo assim a história e a força da personagem mantém o leitor nas páginas que estão por vir. Em algumas passagens precisei parar um pouco e recuperar o fôlego. E o mais triste é saber que até hoje as sobreviventes desse período tão sofrido lutam para que os crimes sejam reconhecidos pelo governo Japonês.

Em paralelo à história de Hana, a autora traz para o presente a narrativa de Emiko, irmã de Hana e que nunca soube o que realmente aconteceu após a captura pelo exército japonês. É uma busca por uma mínima verdade do passado…

O sofrimento das “mulheres consolo” me marcou muito e me deixou com a historia de Hana por muito tempo em minha cabeça. Apesar disso, a leitura é muito interessante, pois retrata momentos da história pouco divulgados ao mesmo tempo em que constrói uma narrativa envolvente e com personagens bem desenvolvidas. Recomendo demais!

Deixe seu comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Campos obrigatórios são marcados*.

Nome*:

Email*:

Comentário*

Veja também

FICÇÃO, LIVROS

Solução de dois Estados, de Michel Laub | Resenha

Em seu mais novo romance, um dos principais nomes da literatura contemporânea nacional aborda temáticas muito atuais, sobretudo a polarização que marca as discussões políticas e sociais do nosso tempo.

NOTA 9/10

FICÇÃO, LIVROS

Confissões, de Kanae Minato | Resenha

Até escolher o livro para a leitura conjunta do #desafiobookster2021, para o gênero de thriller, nunca tinha ouvido falar da autora japonesa Kanae Minato.

NOTA 8,5/10