Quando a gente começa uma leitura de uma ganhadora do Prêmio Nobel, é difícil deixar as expectativas baixas. No caso da escritora polonesa, não conhecia o seu trabalho até o anúncio do prêmio em 2019 – mas, para a nossa sorte, a @todavialivros já estava editando esse livro.
Vamos à obra… Com uma temática bem atual, ligada ao direito dos animais, laços de amizade e à própria condição humana, Olga nos coloca para seguir os passos de Dusheiko, uma professora aposentada e astróloga, cujas ideias causam estranhamento nos habitantes de uma fria e remota cidade da Polônia.
Já no início, um assassinato intriga os moradores do vilarejo e os principais suspeitos são, na opinião da protagonista, os próprios animais da região. E nesse cenário de incertezas, novas mortes vão sendo denunciadas – sempre em condições misteriosas.
Em paralelo aos crimes cometidos, a autora desenvolve a personagem de Dusheiko e suas relações com os demais moradores. E esse foi, na minha opinião, o ponto mais interessantes da narrativa. Dusheiko é má compreendida, sendo taxada de “doida” quando, na verdade, tem apenas uma visão de mundo mais dolorosa. Ela parece entender o que está por trás das ações do ser humano e reconhece o seu dever e responsabilidade com o meio ambiente.
A obra também é muito bem escrita, com passagens carregadas de um humor ácido e inteligente. No meio da leitura, senti uma maior lentidão no desenvolvimento da história… mas, como disse, acho que a intenção da autora não foi criar apenas um livro de suspense, e sim despertar reflexões atuais no leitor.
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