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Mamãe & eu & Mamãe, de Maya Angelou | Resenha

A busca por uma efetiva reconciliação entre pais e filhos é tratada na literatura há séculos. Para a ativista e poeta norte-americana, Maya Angelou, esse processo teve início muito cedo, aos 13 anos. Depois de problemas no casamento, Maya e seu irmão mais velho foram abandonados pela mãe quando os dois ainda eram muito pequenos. A infância foi vivida na casa da avó paterna, em um estado racista no sul dos Estados Unidos.

NOTA 9/10

LIVROS

NOTA 8,5/10

A civilização do espetáculo, de Mario Vargas Llosa | | Resenha

Gosto bastante da escrita de Llosa (com destaque para “A festa do bode” e “Travessuras da menina má”), mas ainda não havia tido contato com algum trabalho de não ficção.
Nesse ensaio publicado em 2012, o vencedor do Prêmio Nobel traz ao leitor a sua visão sobre a transformação que o conceito de cultura vem sofrendo nas últimas décadas. Para o autor, o senso de cultura que existia no começo de século XX, em que a ideia e o conteúdo eram a força motriz da vida cultural, foi esvaziado por um movimento de banalização das artes e veículos de informação. Nos dias atuais, denominados por Llosa como “civilização do espetáculo”, a cultura passou a servir como simples ferramenta de entretenimento. É a geração da informação pronta e rápida, em que o esforço intelectual é evitado e os meios audiovisuais (como cinema e internet) foram adquirindo um espaço cada vez maior. Na “civilização do espetáculo”, a preocupação em se mostrar como alguém culto é muito maior do que realmente absorver e conseguir apreciar um conteúdo artístico.
Mas é importante saber que não se trata de um ensaio teórico sobre os conceitos da cultura ao longo da história. Llosa deixou claro que esse não é o seu objetivo. O que o autor faz nessa obra é compartilhar sua opinião – muitas vezes em tom crítico, bem crítico! – sobre diversos temas englobados no universo da cultura. São análises sobre comportamento humano, religião, mídia, erotismo, democracia, literatura e temas polêmicos dos mais variados.
É um ensaio inteligente, gostoso de ler e que me fez refletir bastante, seja porque me identifiquei com alguns pensamentos, seja porque, apesar de não concordar com algumas posições do autor, fui apresentado a um ponto de vista diferente sobre temas de inegável relevância. A escrita é simples e fluida, mas recheada de referências a obras e autores, que só contribuíram para aumentar ainda mais a minha lista de livros a serem lidos. “Porque ninguém será culto se todos acreditarem que o são ou se o conteúdo do que chamamos de cultura tiver sido degradado de tal modo que todos possam justificadamente acreditar que são cultos.”

Editora: Objetiva

Ano de publicação: 2013

Número de páginas: 208

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NOTA 08/10