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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

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NOTA Nota 8,5/10

Fim, de Fernanda Torres | Resenha

Um grupo de 5 amigos cariocas que se conhecem na juventude e levam uma vida repleta de festas, relacionamentos e intrigas. Uma fase intensa, mas que não os prepara para os próximos capítulos de suas vidas, marcados pelas perdas, solidão e conflitos. Os amigos são muito diferentes um do outro e o seus destinos também os levarão para fins únicos.

Gostei muito da escrita da autora e de como ela usa um humor ácido para descrever os problemas e as falhas de uma geração. Há pouco filtro e muito excesso nas páginas: arrependimentos, traições, tristezas, safadezas e até alguns momentos felizes. E esse excesso não para nos sentimentos, já que muitos dos personagens – com narração em primeira pessoa – nos despertam uma forte sensação de desprezo. É um período marcado pelo egoísmo de um homem machista, que só pensa nos seus próprios interesses e trata as mulheres como um objeto descartável. São personagens estereotipados e com uma verdadeira aversão ao politicamente correto.

O enfoque da obra está mais no interior de cada um dos personagens, e das particularidades da história de cada um, do que na relação entre os cinco. Mas gostei desse mergulho psicológico que a autora faz. A obra também nos faz refletir sobre os diferentes caminhos que a vida de pessoas tão próximas de nós podem levar. Será que aquele amigo que sempre se deu bem e teve tudo o que quis, vai ter um futuro de felicidades? Ou um fim solitário e decadente o aguarda? É a vida crua e real (apesar do traço estereotipado dos personagens).

O cenário em que se ambiente a narrativa também é interessante e acaba desempenhando um papel no livro. Rio de Janeiro da década de 60 e seu avanço pelos passar dos anos.

É uma leitura muito fluida e divertida (ou, na verdade, um tragicômico). Recomendo!

PS: E para quem gostou do livro, indico a adaptação para as telas, que você encontra no @globoplay.

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Baratas, de Scholastique Mukasonga | Resenha

“Baratas” é o termo pejorativo para se referir ao povo da etnia Tusti pelos Hutus, que são a maioria em Ruanda. A perseguição ao grupo minoritário era tão intensa que resultou em um massacre no ano de 1994, que vitimou brutalmente quase 1 milhão de pessoas em um período de apenas 100 dias. O Genocídio de Ruanda, como ficou conhecido, é um dos mais brutais acontecimentos da História recente.

NOTA Nota 9/10

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Uma vida pequena, de Hanya Yanagihara | Resenha

Dilacerante! O romance de quase 800 páginas da autora norte-americana é alvo de polêmicas. Há quem leia e ame, mas há quem enxergue na obra um exagero do sofrimento, a banalização da dor. E em qual desses grupos eu me encaixo?

NOTA 10/10