Veja também

DIVERSOS

10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho, de Elif Şafak | Resenha

A premissa desse livro, da autora turca Elif Shafak, é incrível e afeta diretamente a estrutura da narrativa. A obra parte de um dado sobre o funcionamento do nosso corpo, com base em observações científicas: após o coração parar de bater, o nosso cérebro ainda apresentaria atividades por até 10 minutos e 38 segundos. E Elif Shafak se vale dessa informação para dar início a história de Leila Tequila, já que logo na primeira página nos deparamos com a informação que a protagonista teria sido assassinada.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Carta ao pai, de Franz Kafka | Resenha


Quais os impactos que uma relação conturbada entre com o pai pode trazer para a vida de um filho? A partir de uma longa carta escrita por Kafka ao seu pai, Hermann Kafka, em 1919, podemos concluir que as marcas são duradouras e complexas. O texto é muito potente e nos dá a sensação de mergulhar na intimidade de alguém, como se estivéssemos abrindo um diário que nunca deveria ter sido lido.

NOTA 9/10

DIVERSOS

NOTA 8/10

Como tigres na neve, de Juhea Kim | Resenha

O livro foi o escolhido para o mês de agosto do Desafio Bookster 2023 para o tema Independência da Coréia. É um romance histórico daqueles que tem todos os elementos para agradar o leitor: um bom contexto histórico, enredo ficcional bem desenvolvido, escrita fácil e um conhecimento adicional dos costumes da sociedade.

A autora nos transporta para as primeiras décadas do século passado, quando a Coréia ainda não era dividida e sofria com a ocupação japonesa. A narrativa é conduzida em torno de Jade, uma jovem que é vendida pelos seus pais a uma escola de formação de cortesãs. A decisão acaba surgindo como uma forma de conseguir garantir à garota um futuro longe da miséria e com mais oportunidades.

Há, ainda, a história de um garoto, JungHo, filho de um simples caçador, que se vê tentando sobreviver nas ruas de uma cidade grande. A trajetória dos dois personagens se cruza em diferentes momentos e, a partir disso, surge uma relação de amizade. Suas vidas encontram obstáculos na violência do exército japonês, na pobreza, no machismo e na forte desigualdade social.

A autora conseguiu mesclar bem a parte histórica com a parte ficcional. Há referências a momentos específicos e reais, de revolta da população coreana à ocupação japonesa. Esse período marcou muito a Coréia, deixando cicatrizes em uma sociedade usada e violentada.

É uma leitura envolvente, mas confesso que eu esperava mais do desenvolvimento da narrativa, que em alguns momentos ficou mais lenta. Gostei muito da abordagem sobre a parte mais cultural, das tradições e costumes sociais. Senti como se estivesse lendo uma novela interessante. Vai agradar quem, assim como eu, gostou de “Herdeiras do mar” ou “Pachinko”, por envolver o mesmo cenário e contexto histórico.

Deixe seu comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Campos obrigatórios são marcados*.

Nome*:

Email*:

Comentário*

Veja também

DIVERSOS

Meu irmão, eu mesmo, de João Silvério Trevisan | Resenha

Uma leitura impactante de um dos grandes nomes da luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+. Em seu último livro, Trevisan constrói um relato autobiográfico que vai além de temas ligados à sexualidade. A sua relação com seu irmão mais novo, Claudio, é o enfoque da obra, que ainda atravessa as dores da perda e a consciência da proximidade da morte.

NOTA 8/10

DIVERSOS

Não fossem as sílabas do sábado, de Mariana Salomão Carrara | Resenha

A segunda obra que leio da jovem autora paulistana me confirmou o que venho dizendo há um tempo: Mariana Salomão Carrara é uma das mais promissoras autoras contemporâneas que temos. Gosto muito de sua capacidade de mergulhar nas emoções e relações humanas, sempre caminhando pelo tema do luto.

NOTA 9/10