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DIVERSOS

Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

FICÇÃO, LIVROS

NOTA 8,5/10

Demian, de Hermann Hesse | Resenha

Quando você começa uma nova obra de um dos seus autores favoritos, é difícil de evitar as altas expectativas. “Demian” é um dos principais livros do escritor alemão Herman Hesse, que venceu o Prêmio Nobel da Literatura em 1964. Muitos leitores, inclusive, indicam esse livro como uma boa porta de entrada nas obras do autor, já que traz uma temática de adolescência, de formação de um jovem.

Emil Sinclair é o protagonista e narrador da história. Quando ainda criança, vive um momento comum na vida de muitos: a saída da bolha segura e confortável da casa dos pais para enfrentar o desconhecido e os possíveis conflitos com outros jovens de sua idade. Nesse momento, o protagonista conhece Max Demian, um colega de classe que parece ter ideias muito maduras para a sua idade. E é a partir dessa amizade pouco convencional que Sinclair começa a refletir sobre sua existência, sobre as contradições da condição humana e suas dualidades. Demian serve como um guia para Sinclair, que enxerga no amigo alguém à frente de seu tempo. Um guia para o seu autoconhecimento.

A temática me agrada bastante, mas confesso que a primeira parte do livro não me cativou tanto. Tive dificuldades de me apegar aos personagens e essa parte inicial me deixou confuso em alguns momentos (talvez por uma maior carga filosófica). Por outro lado, a segunda parte do livro, com Sinclair mais velho e mais maduro, me interessou muito mais – o que ficou evidente até no meu ritmo da leitura. Como se o personagem estivesse mais consciente sobre os seus conflitos internos e conseguisse passar isso de forma mais clara ao leitor.

Leia Herman Hesse, mas leia com calma e sabendo sobre as principais questões abordadas pelo autor. Não espere uma narrativa comum, repletas de acontecimentos, mas sim uma temática mais subjetiva e filosófica.

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Sabe aquela leitura que você mal começa e já quer sair indicando? Então, com “Um defeito de cor” foi bem assim. Levei mais de 2 meses para ler as quase mil páginas e fiquei esse tempo todo ansioso para poder fazer essa resenha para vocês e recomendar a leitura!

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Gente ansiosa, de Fredrik Backman | Resenha

Vivendo em um período em que a ansiedade é um grande vilão, não há como não se sentir atraído por esse título. Mas logo que me deparei com a sinopse do romance do autor sueco, que se tornou um best seller em vários países, fiquei um pouco na dúvida sobre de que maneira o título do livro poderia se relacionar com a história.

NOTA 8/10