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DIVERSOS

Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

FICÇÃO, LIVROS

NOTA 8,5/10

A cidadela, de A. J. Cronin | Resenha

Que eu sou um fã de livros com temática de medicina, isso já deixei bem claro por aqui! Por isso, foi com muita expectativa que comecei a ler A cidadela, em que são narradas as condições de trabalho de um jovem médico recém-formado no início do século XX. Além disso, em nossa conversa para o @dariaumlivropodcast, o livro havia sido indicado por Antônio Fagundes como um dos seus favoritos.

O protagonista da história, Dr. Andrew Manson, inicia sua carreira em uma pequena aldeia do País de Gales. Por não ter tido muita experiência com pacientes, conseguimos acompanhar a insegurança de um jovem com a enorme responsabilidade de lidar com a vida dos moradores de Drineffy. Porém, sempre buscando enxergar o seu paciente como um ser complexo, indo além da simples análise dos seus sintomas físicos, Dr. Manson começa a chamar a atenção na região em que atende.

Apesar de o início da leitura ter me prendido bastante a atenção, confesso que o desenvolvimento do meio da narrativa ficou um pouco lento. Tive a sensação de que a rotina do Dr. Manson teria ficado monótona, sem grandes acontecimentos.

Por sua vez, consegui retomar o ritmo no terço final da obra. Depois que se muda para Londres e começa a adentrar no círculo social dos pacientes ricos e importantes, o personagem passa a esbarrar em questões éticas interessantes. Foi como se o médico tão interessado no bem-estar do paciente passasse a ser corrompido por uma sociedade que vive pelo dinheiro e pelo poder. Há um crescente conflito interno entre sucesso profissional e os objetivos éticos da tão venerada profissão dos médicos… Temas que, na minha visão, ainda devem existir para quem vive nesse meio. Também é interessante ver como as questões profissionais acabam irradiando para o lado pessoal e familiar do protagonista.

Mesmo com esse ritmo mais lento no desenvolvimento da obra, a experiência da leitura foi bem prazerosa. Recomendo bastante a leitura para quem se interessa pelo tema e para quem gosta de romances que retratam a sociedade do início do século passado!

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O encantador de pessoas, de Liv Soban | Resenha

Como lidar com a perda de alguém que amamos muito? A saudade é sempre inevitável e a tristeza vai mudando de formas ao longo do tempo. Quem perde alguém querido tenta de diferentes formas amenizar a dor e, quando pensamos em livros, é comum conhecer pessoas que buscam nas palavras escritas uma tentativa de dar voz ao próprio luto.

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A palavra que resta, de Stênio Gardel | Resenha

A leitura de “A palavra que resta” apenas me confirma o quanto a literatura é capaz de promover uma identificação do leitor com as histórias dos personagens. Apesar das imensas diferenças entre a minha vida e a de Raimundo, nascido na roça, em uma família pobre e sem nunca ter frequentado uma escola, conseguimos nos identificar cada vez mais à medida que nos aproximamos dos sentimentos e dos conflitos interiores.

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