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DIVERSOS

Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

NÃO FICÇÃO

NOTA 8/10

A imperatriz de ferro, de Jung Chang | Resenha

Considerada como uma das mulheres mais importantes da história da China, a imperatriz viúva Cixi governou o país por décadas. E é sobre a vida dessa polêmica governante, que morreu com mais de 70 anos, que a autora se debruça para apresentar ao leitor uma biografia completa e cheia de curiosidades.

Aos 16 anos, Cixi foi escolhida como uma das concubinas do imperador chinês. E é já nesse momento inicial que a história narrada chama a atenção do leitor, sobretudo pelas diferenças que marcavam a cultura e sociedade daquele país, no início do séc. XIX. Um verdadeiro choque de cultura, que muitas vezes me deixou bem incomodado com os costumes daquela época.

Com a morte do imperador, quem assume o trono é o filho que o governante teve com Cixi. Mas é a partir de um golpe político que a viúva consegue chegar ao poder, mesmo em um período em que o papel da mulher na sociedade era muito limitado.

E os próximos capítulos da história da imperatriz são bem conturbados, tendo Cixi se envolvido em sérias polêmicas que a deixaram com a fama de uma governante sanguinária. No entanto, a autora tenta desmistificar muito essa imagem criada sobre Cixi, a fim de garantir o seu papel merecido na História – que muitas vezes foram roubados das mulheres. O papel da mulher responsável por levar a China da Idade Média para a Idade Moderna.

Confesso que as partes da obra que descrevem os detalhes da rotina da imperatriz e dos demais que vivem a sua volta me deixaram muito mais interessado quando comparado com as partes dedicadas aos fatos políticos. De toda forma, fica clara a densidade da pesquisa da autora e a relevância de Cixi para a história da China. A edição também possui várias imagens sobre a vida da imperatriz e do país ao longo do século XIX. Para quem gosta de biografias mais extensas, essa é uma excelente escolha!

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Tudo é rio, de Carla Madeira | Resenha

“Tudo é rio” é surpreendente! E isso por diversos motivos. Em seu romance de estreia, a autora mineira revela uma escrita encantadora, entregando ao leitor uma obra poética, instigante e ardente. É uma narrativa simples e, ao mesmo, densa, que vai te deixar com vontade de sair marcando várias passagens.

NOTA 10/10

FICÇÃO

O conto da ilha desconhecida, de José Saramago | Resenha

Eita, falar de Saramago para mim não é fácil, porque sei que vou ficar lançando um elogio atrás do outro. E sempre que vou recomendar algum livro desse gênio para alguém, eu já faço um alerta: a leitura é densa e exige tempo. Tempo para aproveitar e digerir a habilidade que Saramago tem com as palavras e com a língua portuguesa. E quando me perguntam por qual livro começar, falo sem dúvidas: “O conto da ilha desconhecida”.

NOTA 9/10