Considerada como uma das mulheres mais importantes da história da China, a imperatriz viúva Cixi governou o país por décadas. E é sobre a vida dessa polêmica governante, que morreu com mais de 70 anos, que a autora se debruça para apresentar ao leitor uma biografia completa e cheia de curiosidades.
Aos 16 anos, Cixi foi escolhida como uma das concubinas do imperador chinês. E é já nesse momento inicial que a história narrada chama a atenção do leitor, sobretudo pelas diferenças que marcavam a cultura e sociedade daquele país, no início do séc. XIX. Um verdadeiro choque de cultura, que muitas vezes me deixou bem incomodado com os costumes daquela época.
Com a morte do imperador, quem assume o trono é o filho que o governante teve com Cixi. Mas é a partir de um golpe político que a viúva consegue chegar ao poder, mesmo em um período em que o papel da mulher na sociedade era muito limitado.
E os próximos capítulos da história da imperatriz são bem conturbados, tendo Cixi se envolvido em sérias polêmicas que a deixaram com a fama de uma governante sanguinária. No entanto, a autora tenta desmistificar muito essa imagem criada sobre Cixi, a fim de garantir o seu papel merecido na História – que muitas vezes foram roubados das mulheres. O papel da mulher responsável por levar a China da Idade Média para a Idade Moderna.
Confesso que as partes da obra que descrevem os detalhes da rotina da imperatriz e dos demais que vivem a sua volta me deixaram muito mais interessado quando comparado com as partes dedicadas aos fatos políticos. De toda forma, fica clara a densidade da pesquisa da autora e a relevância de Cixi para a história da China. A edição também possui várias imagens sobre a vida da imperatriz e do país ao longo do século XIX. Para quem gosta de biografias mais extensas, essa é uma excelente escolha!