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O animal social, de Elliot Aronson | Resenha

Não é segredo que sou fã de ficção e que a maioria das minhas leituras está inserida nesse gênero. Mas a verdade é que frequentemente sou surpreendido - de forma positiva - quando me aventuro em obras mais técnicas e que buscam aproximar o leitor de temas relevantes. E foi esse o caso de “O animal social”, uma referência na área da psicologia social, publicado em 1972.

NOTA 9/10

DIVERSOS

O vício dos livros, de Afonso Cruz | Resenha

Livros sobre livros me encantam - talvez isso explique o motivo de eu ter escrito um. Gosto muito de entender como a literatura é uma experiência individual e como os livros desempenham diferentes papéis na vida de um leitor. Quando soube que o autor português tinha uma coletânea de textos sobre o tema, logo coloquei “O vício dos livros” na minha lista de próximas leituras. O título já gerou uma identificação imediata: assim como Afonso Cruz, eu também dependo da literatura para conseguir estar no meu estado de “normalidade” (entre muitas aspas).

NOTA 7,5/10

DIVERSOS

NOTA 9/10

“K – Relato de uma busca”, de Bernardo Kucinski | Resenha

“Caro leitor: tudo neste livro é invenção, mas quase tudo aconteceu”. É com essa frase que começamos a obra de Kucinski, escolhida para o desafio Bookster do ano passado na categoria democracia. A narrativa tem como pano de fundo a história da irmã do autor, uma professora de química da USP que, em 1974, foi presa pelos militares e nunca mais foi encontrada. Desapareceu sem deixar rastros.

E nesse “relato de uma busca”, vamos acompanhar o triste desaparecimento da professora pela perspectiva de seu pai, K – um senhor de idade, judeu e imigrante. É uma corrida contra o tempo, já que a cada dia que passa as chances de encontrar a pessoa viva diminuem. Na verdade, chega um momento em que o desespero é tão grande, que a vontade é apenas de saber o que aconteceu. Ter ao menos um corpo ou uma resposta. E resposta é algo que K dificilmente consegue encontrar… Quando algum indício ou pista da localização da professora aparece, logo acaba desaparecendo e K fica mais uma vez à mercê do Estado. •
Além do relato da busca, o autor vai intercalando a obra com passagens sobre a vida de sua irmãs, depoimentos de torturadores e outros documentos da época. Com apenas 176 páginas, e misturando realidade e ficção, Kucinski conseguiu construir uma história carregada de uma sensação de esperança, mas que é perseguida pelo fantasma da perda e da dúvida.

É um livro que nos ensina e nos faz refletir sobre uma época que deve ficar no passado, mas cujos fantasmas da volta insistem em nos assombrar. Assim, a gente aprende a partir de uma experiência individual, não por números ou por datas. É uma de centenas de outras histórias tão doloridas que, por outro lado, não foram colocadas no papel e vão acabar se perdendo nas memórias.

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