Da mesma autora do best-seller “O conto da Aia”, este livro é o primeiro de uma trilogia que compartilha o mesmo cenário: um futuro não tão distante, em que o conceito de civilização desapareceu. O planeta passou a ser habitado por criaturas pouco convencionais e fruto de manipulações genéticas. É no meio desse ambiente distópico que Atwood nos apresenta o personagem principal da história, conhecido como Homem das Neves, que se apresenta como o último ser humano. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Os capítulos vão se alternando entre o momento presente, em que acompanhamos o dia a dia desse personagem solitário, e o passado, quando o Homem das Neves ainda era conhecido como Jimmy, um garoto comum, com uma vida aparentemente normal. Com o desenrolar da narrativa, a autora vai, aos poucos, desvendando os acontecimentos que levaram Jimmy a um cenário pós-apocalíptico. O livro é preenchido de mistérios, que incluem até o próprio título da obra. Qual seria a relação do Homem das Neves com Oryx e Crake?
Se engana o leitor que espera encontrar uma narrativa simples, em que a curiosidade pelos próximos acontecimentos é o que nos faz continuar lendo. Assim como em seus outros romances, Atwood constrói um personagem complexo e conflituoso, que ainda se vê acorrentado a fatos do seu passado. A trajetória do personagem também esbarra em diferentes temáticas sensíveis, como limites da ciência, relações familiares conturbadas, exploração sexual infantil e valores da nossa sociedade atual. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A imersão mais profunda nos pensamentos dos personagens nos traz uma escrita mais densa e não tão fluida, mas não que isso represente um ponto negativo, pelo contrário: é uma das características que fazem os romances distópicos de Atwood se destacarem. Um livro atual e que caminha sobre uma linha tênue entre realidade e ficção.
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