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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

LIVROS

NOTA 09/10

O 11º mandamento, Abraham Verghese

Um romance no ponto certo e que tem a medicina como fio condutor! O cenário é a pobre Adis Abeba, capital da Etiópia, em 1954. Shiva e Marion são irmãos gêmeos siameses, nascidos com as cabeças grudadas. Os meninos são fruto de uma relação proibida e nada convencional entre um médico inglês e uma freira indiana. A mãe morre no parto e os bebês são logo submetidos a uma cirurgia de separação, sendo em seguida abandonados pelo pai para serem criados por um casal de missionários médicos. No entanto, apesar de fisicamente separados, essa união que marcou o início da vida de Shiva e Marion vai deixar marcas profundas e permanentes.

O leitor acompanha o crescimento dos garotos em uma cidade marcada pela pobreza. Como os pais de criação são médicos, Shiva e Marion vivenciam de perto as dificuldades e a precariedade do sistema hospitalar de um país pobre. Mas isso não os impede de seguir a mesma carreira.

Além disso, a infância dos irmãos é atormentada por dúvidas sobre o seu passado e que nunca foram respondidas.

Com desenvolvimento do enredo, o autor consegue trazer ao leitor uma descrição extremamente interessante da realidade da Etiópia, inclusive com fatos históricos verídicos que marcaram o país.

Uma leitura muito envolvente, às vezes mais densa, e com personagens bem desenvolvidos. Para quem é da área ou gosta do assunto, é uma leitura indispensável, revelando aspectos muito interessantes da relação entre médico e pacientes e do exercício da profissão em condições tão precárias. É a visão do médico como ser humano, aquele que se doa ao próximo. Talvez o fato de o autor também ser médico possa ter contribuído para a sensibilidade de sua visão sobre o tema. Excelente leitura!

 

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Quem me acompanha aqui há algum tempo sabe que eu costumo escolher as minhas leituras com base em 4 categorias, que podem ser assim resumidas: (1) um clássico; (2) um livro curto (até 200 páginas); (3) um autor contemporâneo ou uma ficção científica; e (4) um livro de não-ficção, de contos ou poemas.

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