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De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

NOTA 9/10

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Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

NOTA 8,5/10

LIVROS

NOTA 09/10

A moça do internato, Nadiêjda Khvoschínskaia

Primeira obra escrita por uma escritora russa que leio! É um livro curto, com uma narrativa fluida e que consegue envolver o leitor. Escrito em 1861, “A moça do Internato” conta a história de Liôlienka, uma garota jovem, boa aluna e nascida em uma pequena cidade do interior da Rússia. Sua juventude é contada a partir do contexto da época em que vive, em que as mulheres têm um papel pré-definido na sociedade patriarcal:  casar, cuidar da casa e dos filhos e respeitar as ordens do marido.

Apesar de ser uma filha obediente, seus comportamentos começam a mudar após conhecer seu vizinho, Veretítsin, um homem solitário e que foi mandado para essa pequena cidade do interior por seu comportamento de “rebeldia” aos valores tradicionais. Em suas conversas, o vizinho passa a brincar com a ingenuidade de Liôlienka, assumindo quase um papel de mentor. Veretítsin questiona as regras tão rígidas que a garota estava acostumada a seguir: estudar, cuidar da casa e dos irmãos, e aprender tarefas dignas de “boa esposa”. E esses diálogos, extremamente interessantes, despertam na protagonista conflitos internos e perturbadores, principalmente para uma jovem que mal sabe lidar com seus sentimentos. Esse seu amadurecimento tormentoso me lembrou bastante a trajetória de Virgínia, personagem marcante construída por Lygia Fagundes Telles em “Ciranda de pedra”.

A leitura fica ainda mais rica quando se percebe a coragem que Nadiêjda teve ao escrever uma obra com um discurso de emancipação da mulher em plena Rússia conservadora do século XIX. Apesar de um final não tão surpreendente, a autora conseguiu deixar clara a sua intenção de usar a literatura não apenas como entretenimento, mas também como um veículo de disseminação de crítica e insatisfação social.

A edição da @editorazouk , com tradução direto do russo, conta com um excelente prefácio do tradutor Odomiro Fonseca sobre o contexto histórico em que a obra foi publicada.

Ou seja, uma incrível obra sobre o papel da mulher em plena Rússia do século XIX e, o mais interessante, sob a perspectiva de uma poderosa e jovem estudante de uma cidade do interior.

Editora: Zouk

Ano de publicação da obra: 1986

Número de páginas: 168

 

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A gorda, Isabela Figueiredo

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